A primeira vez que o nome de Silva Pais surge nos “Diários de Salazar (1933-1968)”, Porto Editora, eBook, é a 14 de agosto de 1943, um sábado. De manhã, mantivera a habitual rotina: leitura de jornais e de telegramas de e para o estrangeiro, o relato de uma conversa com o embaixador de Inglaterra em Lisboa, um telefonema com o embaixador no Vaticano, que dera detalhes de um “novo bombardeamento de Roma”, na véspera, pela aviação aliada. A guerra continuava a ocupar grande parte do dia a dia do Presidente do Conselho. Falou com o embaixador Teixeira de Sampaio, seu braço-direito no Palácio das Necessidades, e com o almirante Botelho de Sousa inteirou-se das negociações sobre a cedência da base aérea das Lajes, nos Açores, aos Estados Unidos. Depois do almoço, tratou com os ministros do Interior e da Economia dos efeitos do conflito mundial no dia a dia dos portugueses, patente nos sérios problemas de abastecimento, que obrigavam ao racionamento de alguns bens essenciais. Neste contexto, o ministro do Interior, Costa Leite, falou em tom elogioso “de um chefe de secção na Intendência”. Salazar quis saber o nome, que anotou: “Silva Pais”. Militar da arma de Engenharia colocado na PSP de Lisboa, dirigia a Secção contra Açambarcamento e Especulação.
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