5 fevereiro 2023 12:23

É ceramista e pintor. Todos os dias pinta, esteja onde estiver. Foi viver para Paris em 1957 e é um dos artistas portugueses mais internacionais, com ligações fortes a França, a Itália e a Portugal. Conta como foi salvo pela natação e pela história da arte. E fala com entusiasmo sobre um trabalho que está a fazer em conjunto com outro grande artista português, 60 anos mais novo
5 fevereiro 2023 12:23
Um dia passou pela galeria onde tinha duas pinturas expostas. E recebeu um recado, deixado pelos pintores Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva. Ainda não os conhecia, mas estava convidado para ir almoçar lá a casa, em Lisboa. O casal de pintores tinha vindo de Paris para visitar a mãe de Maria Helena. E aproveitaram para ir ver a exposição coletiva “I Salão de Arte Abstrata”, na Galeria de Março. Esse primeiro almoço aconteceu em 1954 e foi um dos momentos de mudança na vida de Manuel Cargaleiro, que diz ter tido sempre muita sorte. E continua a falar sobre a cerâmica e a vida com o encanto que é mais frequente encontrar-se em algumas crianças felizes. Vive entre Paris, Lisboa e o Monte da Caparica, onde cresceu. Em Castelo Branco há um Museu Cargaleiro, o Seixal tem uma Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, desenhada por Álvaro Siza Vieira. E nos metropolitanos de Paris e de Lisboa há azulejos criados por este artista de 95 anos, que está agora a fazer um trabalho em conjunto com Vhils.
Como foi a sua primeira experiência com o barro do Monte da Caparica?
Isso é o meu início. Os meus pais eram agricultores. E o meu pai tinha uma produção que começou pequena, mas depois ficou bastante grande, de hortaliças e legumes. Fornecia todos os dias a Escola Naval do Alfeite e outras instituições. Tinha uma influência agrícola muito grande no Monte da Caparica. Eu nasci em 1927, no concelho de Vila Velha de Ródão. E vim fazer 2 anos ao Monte da Caparica.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.