A 8 de de outubro, em Goiânia, no coração do Brasil, Damares Alves, pastora evangélica, ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e senadora eleita na primeira volta destas eleições, não poupou ao choque os fiéis da Assembleia de Deus Ministério Fama. Explicou que na ilha de Marajó, no estado do Pará, existem crianças brasileiras alvo de tráfico internacional, a quem tiram “os dentinhos” para melhor fazerem sexo oral. E outras a quem dão apenas alimentação pastosa para melhor fazerem sexo anal. O Ministério Público não encontrou quaisquer sinais destas situações, que recuperam uma teoria divulgada na internet desde 2010 por grupos de seguidores da QAnon, apoiantes radicais de Donald Trump. Confrontada com a ausência de provas, Damares, a mulher que disse ter visto Jesus sobre uma goiabeira, respondeu que estava apenas a repetir o que “o povo” lhe dissera nas ruas.
Uma semana depois, novo escândalo. A campanha de Luís Inácio Lula da Silva provoca a escalada da estupefação do país ao associar à pedofilia as declarações do Presidente candidato, Jair Bolsonaro, sobre um encontro deste com meninas venezuelanas refugiadas no Brasil. Numa entrevista de cerca de duas horas ao canal de YouTube Paparazzo Rubro-Negro, especializado em futebol, Bolsonaro contou que “pintou um clima” entre ele e as “meninas bonitinhas” que viu quando passeava de mota na comunidade de São Sebastião, em Brasília. Não foi a primeira vez que o Presidente contou publicamente este caso nem que usou esta expressão de índole sexual.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CAMartins@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes