7 outubro 2022 11:53
O que muda quando muda a hora? Podem os seus estudos sincronizar-nos com uma saúde melhor? A missão da Medicina Circadiana para regular os relógios biológicos das nossas células
7 outubro 2022 11:53
e pensarmos bem nisso, o “tempo” tende a parecer-nos como extrínseco, uma característica do nosso ambiente: rastreamos a nossa passagem através dele como se atravessássemos uma geografia invisível, o nosso progresso é cartografado por relógios de pulso, relógios de parede, calendários. Os seres humanos não inventaram o tempo, claro, mas podemos racionalmente argumentar que, como inventámos as unidades que usamos para o controlar — horas, minutos, segundos — temos todo o direito de mexer com elas quando queremos. Esta foi, pelo menos, a posição que o Senado americano tomou em 15 de março, quando, de surpresa, e surpreendentemente sem contestação, votou a Lei de Proteção Solar (Sunshine Protection Act). A nova lei, se a Câmara dos Representantes concordar e o presidente promulgar, tornará o horário de verão permanente, a partir de 5 de novembro de 2023.
A mudança é há muito desejada pela indústria de retalho, que está convencida de que os consumidores gastam mais dinheiro quando fica de dia até mais tarde. Mas parece que os legisladores também encaram o atraso do relógio como uma afronta pessoal: manhãs sonolentas que resultam da passagem das 6h para as 5h, o assassino da moral em Boston e Billings [NT: a maior cidade do estado de Montana], quando a escuridão cai abruptamente, pouco depois das 16h. Quando o sim triunfou, houve aplausos dos dois partidos, como se um adversário estrangeiro particularmente hostil tivesse sido derrotado.