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Índia e Paquistão, o grande medo nuclear

Índia e Paquistão, o grande medo nuclear
NARINDER NANU/AFP/Getty Images

Quatro guerras em 73 anos, posicionamentos geoestratégicos opostos, governação condicionada pelos militares e serviços secretos ou pelo extremismo nacionalista. Dois países, um barril de pólvora e, agora, inundações catastróficas no Paquistão

guerra na Ucrânia inquieta, tal como as manobras militares chinesas no Estreito da Formosa ou as ocasionais provocações militares norte-coreanas. Sem esquecer os atritos entre Israel e Irão. Subjacente a todos estes cenários, o receio do uso de armamento nuclear. É exatamente este perigo que torna assustadora a eventualidade de um conflito armado entre dois vizinhos há muito desavindos: Índia e Paquistão, ambos com capacidade atómica. E nenhum subscrevendo o tratado de não-proliferação de armas nucleares, situação que, de resto, partilham com Israel (que não com o Irão, promotor de um programa nuclear de contornos nebulosos mas ainda subscritor do referido acordo).

Momentaneamente estas preocupações passaram para segundo plano, com o Paquistão a sofrer em finais de agosto e princípios de setembro as piores inundações da sua história: 1500 mortos, um terço do país submerso, colheitas de algodão (base das principais exportações paquistanesas) perdidas, bem como as de trigo, arroz ou cana-de-açúcar. E uma situação sanitária apocalíptica, com risco acrescido de epidemias de paludismo, dengue, febre tifoide ou cólera. Manifestamente as lições das inundações de 2010 não tinham sido tiradas no que respeita à prevenção de cheias e ao ordenamento do território, sem os quais as alterações climáticas têm as costas (mais) largas. Sinal de pacificação temporária, o Paquistão admite quebrar um tabu recente e voltar a importar produtos alimentares da Índia. Mas o antagonismo indo-paquistanês tem raízes profundas.

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