17 setembro 2022 8:51

julian calder/camera press/atlântico press
Monarca, mulher, mãe e avó: esta é a extraordinária história da rainha que moldou um século. E agora?
17 setembro 2022 8:51
primeira era isabelina terminou a 24 de março de 1603, quando a Rainha Isabel I, de 69 anos, morreu enquanto dormia no Palácio de Richmond. “Esta manhã, por volta das três horas, Sua Majestade partiu desta vida, suavemente como um cordeiro e facilmente como uma maçã madura da árvore”, escreveu o advogado John Manningham no seu diário. O reinado de 45 anos de Isabel I foi um “período dourado”, uma sucessão de acontecimentos que ninguém teria previsto no seu nascimento. Isabel sobreviveu à execução da sua mãe, ao ciúme da sua meia-irmã, à conspiração da sua prima Maria e ao antagonismo das grandes potências católicas da Europa.
A morte da Rainha Isabel II representa hoje o fim da segunda era isabelina. Os últimos 70 anos podem não ter sido dourados, mas foram uma era. A rainha conduziu a monarquia do mundo da aristocracia e da deferência em que nasceu, atravessando a libertação social dos anos 60 e as divisões amargas dos anos 80 e seguintes em direção a um novo milénio; passando por um referendo sobre a independência escocesa que teria acabado com 300 anos de união; passando pelo ‘Brexit’, que separou o seu reino da União Europeia; até aos seus últimos dias num mundo de smartphones e Instagram. Mesmo à medida que o mundo mudava à sua volta, Isabel permaneceu no mesmo lugar. Como a Estrela Polar no céu noturno, era um ponto fixo, pelo qual nos podíamos guiar.