
A Europa iniciou o século XXI cansada. Trata-se de um cansaço secular que é filho da prosperidade, do envelhecimento e da preguiça
A Europa iniciou o século XXI cansada. Trata-se de um cansaço secular que é filho da prosperidade, do envelhecimento e da preguiça
José Tavares (Professor na NOVA SBE, autor de "A Europa não é um país estrangeiro")
Desde a II Guerra Mundial que o continente europeu vive resguardado dos perigos e das decisões difíceis, ao abrigo da pax americana da NATO e acolhida à prosperidade do comércio internacional. Alimentada pela generosa intuição de que comércio e paz duradoura eram duas faces da mesma moeda, a Europa tomou como garantido um aumento paulatino do bem-estar, e a preços de saldo.
Essa extraordinária expansão do comércio e da prosperidade transformou as prioridades individuais e sociais, alimentou o relativismo e a ideia de que tudo se pode negociar, e os absolutos, entre eles o nacionalismo, haviam perdido eficácia e abandonado a cena. Mergulhada nessa pós-modernidade líquida, as causas multiplicaram-se e o peso da realidade foi relativizado. Percebemos agora que esse idealismo europeu foi indiretamente financiado pela política de defesa dos Estados Unidos.
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