Exclusivo

A Revista do Expresso

As nossas Europas. Os novos desafios do velho continente

Rapto Na mitologia grega, a Europa é levada por Zeus, disfarçado de touro, para que Hera, a sua mulher, não percebesse. Pintura de Luca Giordano (1632-1705),
Rapto Na mitologia grega, a Europa é levada por Zeus, disfarçado de touro, para que Hera, a sua mulher, não percebesse. Pintura de Luca Giordano (1632-1705),
Coleção Privada Heritage Images/Getty Images

A Europa iniciou o século XXI cansada. Trata-se de um cansaço secular que é filho da prosperidade, do envelhecimento e da preguiça

José Tavares (Professor na NOVA SBE, autor de "A Europa não é um país estrangeiro")

Desde a II Guerra Mundial que o continente europeu vive resguardado dos perigos e das decisões difíceis, ao abrigo da pax americana da NATO e acolhida à prosperidade do comércio internacional. Alimentada pela generosa intuição de que comércio e paz duradoura eram duas faces da mesma moeda, a Europa tomou como garantido um aumento paulatino do bem-estar, e a preços de saldo.

Essa extraordinária expansão do comércio e da prosperidade transformou as prioridades indivi­duais e sociais, alimentou o relativismo e a ideia de que tudo se pode negociar, e os absolutos, entre eles o nacionalismo, haviam perdido eficácia e abandonado a cena. Mergulhada nessa pós-modernidade líquida, as causas multiplicaram-se e o peso da rea­lidade foi relativizado. Percebemos agora que esse idealismo europeu foi indiretamente financiado pela política de defesa dos Estados Unidos.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate