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Operação Éter: ex-presidente do Turismo do Norte acusado de mais 16 crimes, 52 autarcas ilibados

Melchior Moreira no aeroporto Francisco Sá Carneiro, em junho de 2012
Melchior Moreira no aeroporto Francisco Sá Carneiro, em junho de 2012
JOSE COELHO

O ex-presidente do Turismo do Norte Melchior Moreira, uma responsável do turismo do Porto e nove empresários são acusados de vários crimes de participação económica e abuso de poder

O ex-presidente do Turismo do Porto e do Norte de Portugal Melchior Moreira foi acusado de mais dez crimes de participação económica em negócio e seis de abuso de poder, no âmbito da “Operação Éter”, noticia esta sexta-feira o jornal Público.

Contudo, a procuradora Carla Fardilha ilibou 52 autarcas e ex-autarcas nortenhos que tinham sido constituído arguidos. A procuradora considerou que as provas recolhidas mostram que os autarcas não teriam intenção de beneficiar as empresas que prestaram serviços às suas câmaras e por isso seria provável a sua absolvição. Isto embora o Ministério Público reconheça que as câmaras violaram as regras para a contratação pública.

Em causa está o caso que investiga a forma como foram contratadas mais de 60 lojas interativas de turismo na região Norte. A investigação, que está a correr no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, deu origem a uma primeira acusação contra 29 arguidos em outubro de 2019. Esta já se encontra em fase final de julgamento.

O Ministério Público decidiu contudo separar num segundo processo a questão da contratação das lojas digitais. No final do mês passado, o DIAP acusou Melchior Moreira, uma outra responsável do turismo do Porto e nove empresários . Destes, José Manuel Agostinho é sob quem recai o maior número de acusações. O dono das empresas Tomi World, Media 360, Celeuma e Mr. Do It, através das quais recorrendo a ajustes diretos conseguiu formar um “monopólio” das lojas digitais, está acusado de dez de participação económica em negócio e seis de abuso de poder. Entre os outros acusados figuram um engenheiro civil, dois arquitetos, um empreiteiro e um publicitário.

É neste contexto que acontece a acusação a Melchior Moreira. A procuradora considera que ficou provado que o líder do Turismo do Norte e a sua chefe de gabinete que foram responsáveis por indicar as empresas e pressionar os autarcas a contratá-las para prestaram os serviços das lojas digitais às autarquias.

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