O ex-governante do PSD Miguel Poiares Maduro considera que a ida do chefe do Governo e do chefe de Estado ao Catar é criticável. Em declarações ao programa “Hora da Verdade”, do jornal “Público” e da “Rádio Renascença”, Poiares Maduro admite que "Portugal tem de ter relações diplomáticas com todos os Estados, incluindo com o Catar”. Contudo, refere que “os seus chefes de Estado e chefes de Governo não têm de ser cúmplices com esta estratégia de reforço de capital e promoção de um regime autocrático”.
Sobre a necessidade de autorização do Parlamento para as deslocações presidenciais ao estrangeiro, o antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional diz que não faz sentido. “No meu ponto de vista, a Constituição não pode permitir que seja o Parlamento a decidir qual é a agenda de viagens do Presidente da República”, diz. “Acho estranhíssimo que se esteja a transformar isto numa questão sobre saber se o Parlamento devia ou não autorizar.”
Além disso, Poiares Maduro — figura escolhida para coordenar a proposta de revisão constitucional do PSD — deixa um aviso ao primeiro-ministro, António Costa: “A confirmar-se que um primeiro-ministro tenha interferido nos poderes de uma autoridade independente isso poderia ser razão suficiente para colocar em causa a continuação das suas funções. Não sei se se confirmará ou não. Há alegações nesse sentido. É um exemplo. Há circunstâncias que, do meu ponto de vista, devem levar à interrupção da legislatura.”
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