Em ano de eleições, o Governo de António Costa está a sofrer mais com as paralisações no setor da saúde do que o executivo de Passos Coelho. Pelo menos, é isso que os números do Portal do SNS indicam, revela o “Público” esta terça-feira.
Até maio, as greves na saúde foram responsáveis pelo equivalente a cerca de 72 mil dias de trabalho perdido, quase o dobro dos dias perdidos no mesmo período em 2015, ano em que se realizaram também eleições legislativas: pouco mais de 38 mil dias.
Durante os quatro anos do governo PSD/CDS reduziram-se os valores pagos pelas horas extraordinárias, criaram-se sobretaxas e o horário de trabalho passou das 35 para as 40 horas semanais sem alterações financeiras. O volume de greves no setor da saúde, contudo, foi inferior ao registado durante a legislatura de Costa.
Em 2012, o Governo de Passos firmou um acordo dito “provisório” com os médicos e estes passaram a ter um horário de 40 horas semanais com um salário maior. Em contrapartida, o número de utentes por médico de família passou de uma média de 1500 para 1900 e o período dedicado às urgências de 12 para 18 horas semanais.
A situação provisória, contudo, ainda se mantém em 2019. “Pretendemos o reforço do SNS, quebrando o ciclo de desinvestimento dos últimos anos. Queremos mais contratação de médicos, em vez de se apostarem tanto em empresas de prestação de serviços, a passagem das 18 para as 12 horas de urgência semanais, libertando tempo para consultas e cirurgias programadas e diminuindo listas de espera que em várias especialidades chegam aos dois anos”, afirma Jorge Roque da Cunha, do SIM, em declarações ao matutino.
Estas reivindicações que estão na origem dos dois dias de greve marcados para esta semana.
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