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Ribeiro e Castro: “O partido que lutou para ficar à frente do PSD luta agora para ficar à frente do PAN”

Ribeiro e Castro: “O partido que lutou para ficar à frente do PSD luta agora para ficar à frente do PAN”
Luiz Carvalho

Segundo Ribeiro e Castro, o “discurso da diabolização da esquerda” prejudicou o CDS

O “grito do Ipiranga” do CDS em relação ao PSD pode ter prejudicado, de forma grave, o partido de Assunção Cristas, diz José Ribeiro e Castro, ex-presidente do CDS, em entrevista ao “Público” e à “Renascença” esta quinta-feira. “Quando eu faço um discurso de Ipiranga relativamente ao meu parceiro, então isso torna-se a questão mais importante. E é difícil que as pessoas acreditem que a prioridade é combater a esquerda”, afirma.

Segundo Ribeiro e Castro, o “discurso da diabolização da esquerda” não bate certo com aquilo que é o “desempenho estratégico mais importante de rearrumação do tabuleiro e alteração da relação de forças no espaço do centro direita”.

“Acho que qualquer militante do partido aspira a que o seu partido seja o maior. Agora, há outras formas de o fazer. E eu creio que esta tem sido demasiado assertiva. E termina, aliás, de uma forma que é uma ironia: o partido que lutou para ficar à frente do PSD, nesta altura luta para ficar à frente do PAN. É uma situação muito difícil”, atira.

Para o ex-líder do CDS, houve um “pecado original” na leitura dos resultados das eleições legislativas de 2015. “Esta ideia de que a direita ganhou as eleições legislativas não é verdade. A PAF foi a força política mais votada, o PSD teve o maior grupo parlamentar, mas 38% não dá para ganhar eleições em qualquer sistema parlamentar. Ganhou no sentido de ser mais votada, mas não no sentido de poder retirar daí o poder de governar”, aponta.

Ribeiro e Castro diz mesmo que houve “momentos brilhantes da oposição do PSD e do CDS”, mas mesmo nesses momentos, como na crise dos incêndios, “era possível fazer contra o centro e a direita o discurso de ‘ainda não aceitaram que perderam’ que os trovadores da ‘geringonça’ se encarregaram de fazer. E nós favorecemos esse discurso.”

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