O CDS é a “única escolha possível” para quem é de direita em Portugal. “O dr. Rui Rio já confessou que o PSD não é nesta liderança um partido de direita, o dr. Paulo Rangel explicou que ele próprio não é de direita. O CDS é. É um partido de centro-direita, não sente nenhum desconforto com ser-se de direita. Não tem nenhum constrangimento que o leve a esconder que é de direita, pelo contrário. Assume-se de corpo inteiro. O PS é um partido de esquerda, o PSD é um partido de centro”, atira Nuno Melo, cabeça de lista do CDS às eleições europeias, em entrevista ao “Público” e à “Renascença” esta quinta-feira.
Segundo Nuno Melo, Assunção Cristas tem todos os motivos para sonhar com o cargo de primeiro-ministro. Tal não deve ser visto como um exagero. “Um partido deve ter em si a crença que pode ser a força política liderante do centro-direita. Não há de ser porquê? Não há hoje em dia inevitabilidades políticas e partidárias. O CDS está a fazer tudo para o merecer”, diz.
Questionado a propósito dos novos partidos que têm surgido na direita, como o Aliança, de Santana Lopes, e o Chega!, de André Ventura, Nuno Melo diz que é importante não confundir “novos partidos com dissidências do PSD”.
“Se há um ano, Pedro Santana Lopes tivesse vencido as eleições internas no PSD ainda hoje o teríamos a gritar PPD-PSD. A Aliança não obedece a nenhuma vocação originária que justificasse a criação de um novo partido para um espaço que estivesse vazio ou fosse necessário à direita. Surge porque o dr. Santana Lopes perdeu as eleições. Ninguém, em política, acredita em milagres da transmutação. Ninguém acredita que uma pessoa que tem um percurso de vida desde 1974 até 2018, de repente, num ano se transforma numa realidade de direita e que para além do mais como se vê nos cartazes tenta na linguagem clonar muito daquilo que o CDS, com coerência, é desde 1974. O dr. Santana Lopes talvez não tenha percebido em tempo que encontraria no CDS talvez muito daquilo que hoje propala. O CDS é esse partido de direita desde 1974”, atira.
Nuno Melo: CDS é “absolutamente contra” impostos europeus
O ministro Pedro Marques defendeu, na semana passada, a criação de taxas para empresas da economia digital como forma de financiar o orçamento europeu. “É extraordinário que quando PS e PSD querem inovar em relação ao futuro da Europa terminam sempre no mesmo: impostos”, atira Nuno Melo.
De acordo com o eurodeputado do CDS, o Governo não deve ter ilusões quanto à “voracidade” de uma máquina fiscal. “Sabemos como os impostos começam, nunca sabemos como acabam. Porque é que é crime de lesa pátria esta vontade do PS em acabar com a regra da unanimidade nas questões fiscais? A regra no Conselho Europeu é a da maioria qualificada. Só excepcionalmente temos a regra da unanimidade, para as questões fiscais, política externa, defesa e adesão de novos países. Hoje é o PS que está disponível para acabar com a unanimidade naquilo que tem a ver com a tributação”, diz.
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