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Malta: o segredo mais bem guardado do Mediterrâneo

Com um dos melhores climas da Europa durante todo o ano e mais de 7 mil anos de história e cultura riquíssimas, sem esquecer a gastronomia inesquecível, Malta é um destino verdadeiramente digno de cinema, a poucas horas de distância, que não pode deixar de visitar


Não foi por acaso que serviu de cenário a filmes e séries de sucesso como Troia, Gladiador ou A Guerra dos Tronos. Situado no coração do Mediterrâneo, entre a ilha da Sicília, na Itália, e a costa do Norte de África, o arquipélago de Malta – composto por 11 ilhas, três das quais habitadas: Malta, Gozo e Comino – é um paraíso verdadeiramente cinematográfico, onde não faltam águas cristalinas, bom tempo o ano inteiro, história e cultura milenares, joias arquitetónicas e gastronomia e vinhos capazes de conquistar qualquer paladar.

Beneficiando do agradável clima mediterrânico, que brinda as ilhas maltesas com mais de 300 dias de sol por ano, Malta tem, desde logo, a vantagem de ser um ótimo local para visitar ao longo de todo o ano, e, em particular, o destino ideal para uma escapadinha de primavera.

La Valletta: paixão intemporal

Em qualquer périplo por Malta, La Valletta é ponto de partida praticamente obrigatório. Com um centro histórico classificado como Património Mundial da UNESCO, a encantadora capital maltesa é um lugar fascinante onde o passado e o presente se encontram e convivem numa harmonia para lá do tempo. Fundada pelos Cavaleiros da Ordem de São João, no século XVI, ao longo dos séculos, La Valletta sobreviveu a inúmeros cercos e terramotos, sem nunca perder os traços da sua beleza original: ruas empedradas, fachadas calcárias em tons de mel e varandas em ferro forjado.

Em La Valletta, a riqueza histórica e cultural persegue-nos em cada viela e recanto da cidade. A visita à capital maltesa pode começar na Praça da República, a maior praça da cidade, onde se destaca uma estátua da Rainha Vitória, em que a icónica monarca britânica enverga orgulhosamente um xaile de renda maltesa, em frente à Biblioteca Nacional de Malta. Daí, vale a pena continuar para a Rua da República, repleta de lojas, bares e restaurantes, que alberga ainda o célebre Teatro Manoel, um dos teatros em atividade mais antigos da Europa. Nesta rua pode encontrar igualmente o Palácio do Grão-Mestre, atual sede do Parlamento maltês, e a impressionante Co-catedral de São João, onde se pode ver a famosa pintura de Caravaggio, A Decapitação de São João Batista.

Outro dos pontos fortes de La Valletta é a sua abundante oferta museológica. O Museu Nacional de Arqueologia, localizado onde outrora se ergueu a Sagrada Enfermaria dos Cavaleiros da Ordem de São João, dá conta da história de Malta desde a Idade da Pedra até à Idade Média, através de verdadeiros tesouros como as famosas estatuetas da Vénus de Malta. Outro museu imperdível é o MUZA, o Museu Nacional de Belas Artes, que ocupa o antigo Palácio dos Grão-Mestres e acolhe uma vasta coleção de arte maltesa e europeia, desde o século XVI até aos dias de hoje.

Uma das melhores formas de conhecer a cidade é a pé, pelo que outra das atividades mais interessantes a fazer em La Valletta é percorrer as suas ruas estreitas, descobrindo pequenas praças e pátios escondidos. Pode chegar à Praça de São Jorge e daí subir até à parte alta da cidade para apreciar as vistas panorâmicas de Senglea, Vittoriosa e Cospicua a partir do Jardim Upper Barrakka, onde consta um memorial às vítimas da Primeira Guerra Mundial. De igual modo, não pode deixar La Valletta sem passar pela Bateria da Saudação, um canhão construído no século XVI, junto ao qual, todos os dias, ao meio-dia e às 16h00, é realizada uma salva de tiros de canhão, tradição que remonta ao tempo dos Cavaleiros de Malta.

Não menos importante, os amantes da boa gastronomia têm também ao seu dispor uma ampla variedade de opções culinárias em La Valletta, onde se podem deliciar com uma seleção dos melhores pratos típicos malteses. É o caso da ftira, uma espécie de pizza recheada, e a hobz biz-zejt, uma sanduíche de pão maltês com tomate, azeitonas e atum. Além disso, a cidade tem inúmeras pastelarias e cafés onde pode desfrutar de doces e sobremesas típicos de Malta, como kannoli, qaghaq tal-għasel e prinjolata.

Para melhor regar estas e outras iguarias da culinária maltesa, nada como tomar também o gosto à notável cultura vinícola maltesa. Brindando a um legado de produção vinícola com mais de dois mil anos de história, hoje os vinhos malteses destacam-se pela sua excelente reputação em todo o mundo, tendo ganho prémios internacionais e reconhecimento pela sua qualidade excecional.

Mdina e Rabat: a pura essência maltesa

A meia hora de carro de La Valletta, Mdina e Rabat são outras duas cidades onde a mais pura essência maltesa convida a um banho de história e herança cultural. Eternizada no seu esplendor amuralhado, também conhecida como Cidade Silenciosa, passear pelas ruas de Mdina, ladeadas por palácios solenes e casas senhoriais, é entrar num universo cheio de opulência e mistério. O pôr do sol em Mdina é simplesmente excecional. Quando a noite cai, centenas de luzes iluminam esta joia arquitetónica, que já foi cenário da aclamada série A Guerra dos Tronos. Uma visita a esta cidade-museu inclui paragens obrigatórias como a Muralha e a Porta de Mdina, o Palácio de Vilhena, uma obra-prima da arquitetura barroca francesa que alberga o Museu de História Natural de Malta, a Torre do Estandarte e a imponente Catedral de São Pedro e São Paulo. Já o Palácio Falzon, um edifício medieval de tirar o fôlego, é um verdadeiro cofre onde se guardam tesouros como coleções de pintura e uma biblioteca com mais de 4 500 volumes.

Perto de Mdina, Rabat é um labirinto pleno de história. Sob as ruas de Rabat, encontram-se as catacumbas de São Paulo e Santa Ágata, autênticas maravilhas subterrâneas construídas entre os séculos III e VIII d.C. Com mais de quatro quilómetros de extensão e capacidade para acolher até mil túmulos, as catacumbas proporcionam uma visão fascinante da história antiga de Malta. Acredita-se que São Paulo, que introduziu o cristianismo em Malta, se refugiou nestas grutas, dando-lhes este nome. Rabat, em contraste com a sua monumental vizinha Mdina, revela um lado mais típico da vivência maltesa, com ruelas atraentes e a Igreja de São Paulo, que tem uma gruta com o mesmo nome, onde se diz que o santo rezou durante a sua estadia na ilha.

Marsaxlokk: a vila piscatória mais colorida de Malta

Entre os recantos mais pitorescas de Malta está Marsaxlokk, uma pequena vila piscatória na costa sudeste da ilha. O seu mercado de peixe aos domingos e o seu porto repleto dos famosos luzzus, barcos coloridos tradicionais, utilizados ​​para pescar lampuki, um dos peixes mais populares de Malta, tornam este local um verdadeiro postal ilustrado. Uma vez em Marsaxlokk, não deixe de passar pela Igreja de Nossa Senhora de Pompeia, uma pequena igreja de estilo barroco ou pelo Forte San Lucjan, um edifício do século XVII mais recentemente convertido no Centro de Investigação em Aquacultura

Gozo: um oásis de tranquilidade

A segunda maior ilha maltesa,Gozo recebe de braços abertos todos aqueles que procuram um lugar uma com riqueza cultural ímpar e história secular, paisagens deslumbrantes e uma hospitalidade transbordante. Este destino é mais do que apenas uma pequena ilha no Mediterrâneo – é o início de uma aventura repleta de paz, tranquilidade e diversão. Em Gozo, vale a pena visitar o Jardim Botânico de San Lawrence, um oásis de tranquilidade e lar de uma grande variedade de plantas nativas e exóticas, bem como o Templo de Ggantija, um templo megalítico considerado um dos mais antigos do mundo.

Por outro lado, se quiser aprofundar a história da ilha, La Ciudadela é uma impressionante fortaleza localizada no coração de Victoria, a capital da ilha. Nela, os visitantes podem aventurar-se a descobrir tesouros do século XVII, como a Catedral da Assunção, com a sua extensa coleção de arte sacra e museus célebres como o Museu Arqueológico e o Museu Etnográfico.

Malta: um destino de mergulho inigualável

Mundialmente reconhecida pelas suas águas cristalinas, em Malta, o fundo do mar pode ser desvendados pelos amantes do mergulho como um vasto arquivo de história, repleto de naufrágios e vestígios de guerras antigas. Estes tesouros, bem preservados no silêncio do oceano, oferecem uma janela para o passado que continua a surpreender mergulhadores de todo o mundo. As descobertas vão desde naufrágios fenícios com 2700 anos a naufrágios romanos e modernos, além de dezenas de aeronaves, submarinos e navios de guerra da Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

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