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Já ouviu falar de Zona? Como preveni-la foi uma das pesquisas mais feitas no nosso país no ano de 2024

Já ouviu falar de Zona? Como preveni-la foi uma das pesquisas mais feitas no nosso país no ano de 2024

A doença atinge milhares de pessoas em Portugal todos os anos e representa um impacto financeiro significativo para o Serviço Nacional de Saúde. Entre consultas, hospitalizações e absentismo laboral, os custos anuais associados ultrapassam os 10 milhões de euros, reforçando a importância do diagnóstico precoce e da prevenção. No ano de 2024, a questão “como prevenir a zona” destacou-se no top 10 das pesquisas mais realizadas pelos portugueses no Google, na categoria “como”

Um dia, Carla (nome fictício), de 52 anos de idade, estava a lavar o cabelo quando sentiu umas borbulhinhas dolorosas na cabeça que depressa se espalharam para a testa. Como ao fim de três dias não melhorava, foi ao seu médico a pensar ser um problema do foro dermatológico. Dadas a características das borbulhas associadas à dor, o diagnóstico foi imediato: herpes zoster, uma infeção viral comummente conhecida por zona.

É provável que já tenha ouvido falar desta doença, mas poucos sabem o que realmente a causa, como se manifesta e o peso que tem sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A Zona inicia-se frequentemente com uma dor semelhante a uma queimadura, acompanhada de febre, cansaço e mal-estar. Esses primeiros sintomas podem ser confundidos com outras doenças, o que frequentemente atrasa o diagnóstico. Com a progressão, surge a erupção cutânea, marcada pelo aparecimento de vesículas com líquido numa área bem delimitada da pele, em faixa, geralmente ao longo do trajeto de um nervo onde o vírus está alojado, seja no peito, abdómen ou rosto. As vesículas provocam dores intensas durante o período agudo, que tem uma duração média de 10 a 15 dias, e são estas dores, tal como Carla descreve, que levam os doentes a recorrer ao médico.

De acordo com um estudo recentemente divulgado num encontro da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), entre julho de 2023 e junho deste ano, quase 63 mil adultos tiveram um diagnóstico de infeção por herpes zoster, das quais 67% tinham mais de 50 anos. Relembre-se que dados publicados anteriormente já mostravam que a cada dois dias, um português foi internado devido a esta doença, alertando para o impacto desta doença.

O SNS gasta, em média, 114,60 euros por cada consulta em ambulatório relacionada com o herpes zoster, o que representa um custo total anual de cerca de 7,3 milhões de euros. Quando é necessária hospitalização, o custo médio por doente ronda os 3000 euros, com uma estada média de quase duas semanas. Além disso, as perdas relacionadas com o absentismo laboral associado à Zona é significativo, cerca de 2,4 milhões de euros anuais. Tudo somado, estima-se um impacto económico anual da Zona para o país de mais de 10 milhões de euros.

O REGRESSO DO VÍRUS DA VARICELA

Afinal, o que causa esta patologia que, estima-se, possa afetar um em cada três adultos ao longo da vida? O herpes zoster é provocado pela reativação de um vírus bem conhecido da maioria da população, o vírus varicela-zoster, o mesmo que causa a varicela, uma das infeções mais comuns na infância, que se cura por si, sem grandes complicações. Embora a maioria das pessoas tenha sido exposta ao vírus em algum momento da vida, seja em criança ou mais tarde, este agente patogénico permanece no organismo, ou seja, nunca desaparece por completo, ficando inativo no sistema nervoso periférico. O risco de reativar aumenta sobretudo a partir dos 50 anos, quando o nosso sistema imunitário começa a enfraquecer natural e progressivamente. Além disso, a diabetes e outras doenças crónicas de origem cardiovascular, pulmonar, respiratória, renal, hepática ou autoimune, como o lúpus ou a artrite reumatóide, podem comprometer a eficácia do sistema imunitário, facilitando o reaparecimento do vírus em qualquer idade. Há, ainda, alguns grupos de pessoas mais vulneráveis à doença, como é o caso dos transplantados ou que estão a aguardar um transplante, os portadores de VIH (vírus da imunodeficiência humana), os doentes oncológicos, entre outros.

Embora o nome "herpes" seja familiar, é importante distinguir o herpes zoster do herpes vulgar causado pelo vírus herpes simplex, que aparece geralmente na boca, lábios, genitais ou até em áreas da pele expostas ao sol. Este tipo de herpes caracteriza-se por pequenas bolhas dolorosas ao toque, com líquido no interior, e tende a ser uma condição passageira mas recorrente, com episódios repetidos ao longo do tempo. Já o herpes zoster tem um curso diferente, com um ou mais surtos que podem ocorrer muitos anos após o episódio inicial de varicela.

DIAGNÓSTICO PRECOCE E TRATAMENTO: A CHAVE PARA EVITAR COMPLICAÇÕES

Para que a Zona possa evoluir favoravelmente e provavelmente diminuir ou evitar complicações, o diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível. À mínima suspeita, é importante recorrer o mais rápido possível a um profissional de saúde.

“O tratamento antiviral é mais eficaz quando iniciado nas primeiras 72 horas após o início dos sintomas e dura cerca de 10 dias”, explica Sofia Duque, especialista de medicina interna com competência em geriatria no Hospital CUF Descobertas e coordenadora do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI). Por outro lado, é comum usar-se também analgésicos para controlar a dor neuropática associada à doença, “que pode persistir mesmo após o tratamento, durante meses ou até anos, tornando-se crónica em alguns casos e afetar a qualidade de vida dos doentes, com impacto nas suas funções sociais e laborais, resultando em dificuldades psicológicas como ansiedade e depressão”, alerta a médica. No seguimento, o médico de família pode ajudar a monitorizar e a orientar o tratamento, especialmente no que se refere à gestão da dor crónica que pode ser debilitante, tornando essencial um acompanhamento contínuo.

COMO REDUZIR O RISCO DA DOENÇA – Irá Portugal seguir os exemplos do resto da Europa?

Nem tudo são más notícias relativamente à Zona. Existem vários comportamentos e ações que podem ajudar a prevenir a Zona, incluíndo a vacinação. Embora ainda não seja gratuita nem comparticipada, ao contrário do que acontece com uma fatia consideravél dos restantes países europeus, a vacinação é uma opção importante para pessoas com mais de 50 anos ou com condições de saúde preexistentes que aumentam o risco de reativação do vírus ao longo da vida. “A vacinação é uma forma de reduzir o impacto da doença na saúde das pessoas e também nos custos do sistema de saúde, evitando tratamentos prolongados e complicações graves como a dor crónica”, conclui Sofia Duque.

A vacina pode ser adquirida apenas sob prescrição médica. Por isso, importa sensibilizar a população para garantir que as pessoas que mais possam beneficiar da vacinação procurem o seu médico assistente e considerem esta medida preventiva.

Por outro lado, adotar um estilo de vida saudável pode contribuir para o fortalecimento do sistema imunitário. Práticas como uma alimentação equilibrada, exercício físico regular e a gestão eficaz do stress são aliadas na melhoria da resposta imunitária, ajudando na prevenção de surtos ou, pelo menos, na redução da gravidade dos sintomas associados ao herpes zoster.

Para mais informações consulte o seu médico.

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Referências:

  1. Helmuth IG, Poulsen A, Suppli CH, Mølbak K. Varicella in Europe – A review of the epidemiology and experience with vaccination. Vaccine. 2015;33 (21):2406–13.
  2. Luis JG et al, Rev Port Med Geral Fam 2021;37:446-5.
  3. Johnson R et al. Herpes zoster epidemiology, management, and disease and economic burden in Europe: A multidisciplinary perspective. Ther Adv Vaccines. 2015; Vol.3(4) 109–120.
  4. Harpaz R, et al. MMWR Recomm Rep. 2008 June;57(RR-5):1-30.
  5. DH Green Book Ch 28a. Shingles. 2021. Accessed: Aug 2021. Disponível aqui.
  6. Gauthier A et al. Epidemiology and costs of herpes zoster and postherpetic neuralgia in the United Kingdom. Epidemiol Infect. 2009; 137 38-472.
  7. Silva F. et al. Poster "Landscape of Herpes Zoster Infections in Portugal", in Encontro de Outono 2024 (APMGF), Nov 21-23 2024; Fátima, Portugal.
  8. Silva F, et al. Burden of Hospitalization Related to Adult Herpes Zoster Infection in Portugal“. Apresentado no 26º Congresso annual do International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR-EU 2023; Nov 12-15, 2023; Copenhaga, Dinamarca).

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