30 janeiro 2021 20:03

nuno fox
Comunistas recusam mudar de rumo e saúdam votantes do PS. PCP não culpa Ferreira por ter ficado aquém do esperado
30 janeiro 2021 20:03
António Costa estava esta quarta-feira sentado entre os antigos colegas de comentário na “Circulatura do Quadrado”, programa da TVI, quando disparou um elogio. “Aqueles que votaram no doutor João Ferreira para assegurar o fortalecimento do partido que tem contribuído para que haja uma viabilidade de um Governo à esquerda, mais recentemente, têm motivos para ficar satisfeitos.” O comentário era, em princípio, sobre presidenciais. Mas a extensão das suas palavras — que abrangem João Ferreira (e o PCP) e excluem Marisa Matias (e o Bloco de Esquerda) — vai bem mais longe do que isso, dando um sinal daquilo que o primeiro-ministro quer que continue a ser a relação com os comunistas no futuro.
E se o PCP tem planos para mudar de rumo, não está a dar sinais disso. Os resultados de domingo ficaram “aquém” do que se esperava, nas palavras de Jerónimo de Sousa: João Ferreira, que se posiciona como o provável sucessor, atingiu uma votação de 4,3%, ligeiramente mais alta em percentagem (e mais baixa em número de votos) do que Edgar Silva, que se ficou por uns fracos 3,95% em 2016. Mas se é verdade que as leituras sobre os resultados se focam desde 2015 nos efeitos da participação na ‘geringonça’, os comunistas rejeitam que esse seja o fator definitivo da sua erosão eleitoral. E não mostram vontade de mudar de estratégia, meses depois de terem viabilizado o Orçamento do Estado para este ano.