Se há tema que se mantém em aberto após as eleições presidenciais é o dos quase meio milhão de votos em André Ventura, o líder que se confunde com o seu partido, o Chega. Esta expressão eleitoral obriga a direita, em especial o PSD, a um tenso jogo de equilíbrios. Afinal, de onde vem o voto em André Ventura?
Como as diversas tentativas demonstram, há várias hipóteses e é cedo para conclusões definitivas. Mas há, pelo menos, algumas pistas a explorar nos dados demográficos e sociológicos dos concelhos onde Ventura foi mais e menos longe. A plataforma EyeData, criada pelo Social Media Lab para a agência Lusa, permite cruzar a votação a partir de uma série de variáveis, demográficas, sociológicas, económicas e políticas.
O Expresso olhou para os concelhos onde Ventura atingiu o propalado objetivo dos 15% (foram 85) e há padrões que se repetem: menos gente, mais estrangeiros, mais idosos, mais crimes reportados à polícia, menos apoios sociais, mais abstenção. Quanto a eleições, aliás, se olharmos para as últimas, percebemos que uma parte dos votos de Ventura estava conquistada desde 2019 e parece manter-se fiel.
Comecemos pela densidade populacional, cuja média no país é de 111,6 habitantes por km² e que nos “concelhos Ventura” fica nos 40,2. Não só a diferença é grande como do outro lado, nos 65 concelhos em que Ventura não chegou aos 10%, a densidade dispara para 270,8.
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