Presidenciais 2021

BE derrotado apela a união da esquerda

29 janeiro 2021 14:51

Votou contra o OE, mas quer entendimentos futuros. Direção vê discurso de Rio como cola para a esquerda

29 janeiro 2021 14:51

No dia em que votou contra o último Orçamento do Estado, atingida por críticas ferozes do PS, Catarina Martins fez a sua análise a partir do Parlamento: com a “cheguização” do PSD — através da influência radical de André Ventura —, a única alternativa de António Costa para evitar uma nova maioria à direita seria “procurar um acordo com a esquerda”. No rescaldo das presidenciais, obrigado a lidar com um resultado historicamente baixo e uma queda abrupta na percentagem de Marisa Matias em relação a 2016 (de 10,12% para 4%), o Bloco encontra argumentos para reforçar a sua leitura.

Estas razões estão elencadas no documento que a direção de Catarina Martins — que se reuniu esta semana para fazer um balanço do fraco resultado presidencial — apresentará este sábado à mesa nacional do partido, apurou o Expresso. Desde logo, nesse texto os bloquistas asseguram que “não se confirmaram as expectativas de quem, em particular no PS, esperava destas presidenciais um pronunciamento popular, por prémio ou punição, acerca das diferentes posições à esquerda perante o Orçamento para 2021”. Nas entrelinhas: o PCP viabilizou o OE e nem por isso foi recompensado nas presidenciais. Com um conforto extra: os dirigentes do BE com quem o Expresso conversou estiveram atentos à sondagem à boca das urnas feita pela RTP sobre legislativas, em que o partido obteve o dobro da votação de Marisa (8%), o que traz aos bloquistas esperança de que a sua força não se tenha alterado apesar do tropeção.