29 janeiro 2021 9:44
tiago petinga/lusa
Candidata diz que não tem “nenhuma jogada” na manga, mas “regista” o silêncio de Costa e a "hostilidade" manifestada à sua candidatura
29 janeiro 2021 9:44
Nos próximos tempos, Ana Gomes promete dedicar-se à escrita. Na forja está um livro de memórias sobre o processo de independência de Timor, começado há uns meses, mas adiado pela entrada na corrida presidencial. “Não tenho nenhuma jogada, nem sou calculista”, responde sobre o que pretende fazer com o mais de meio milhão de votos arrecadados no domingo. No entanto, regista o silêncio da direção socialista e entrou em processo de reflexão. “Sei com quem estou a lidar. E não tive apenas o não-apoio do PS à minha candidatura. Tive a hostilidade da direção do meu partido”, disse ao Expresso.
“Ainda estou a refletir”, diz a candidata. Ana Gomes acabou a noite eleitoral em segundo lugar, acusando António Costa de uma “deserção” da corrida às presidenciais. À mesma hora em que a candidata independente falava ao país, lamentando a “falta de comparência do PS, que assim contribuiu para a vitória do candidato da direita”, o líder socialista enviava “calorosas felicitações” a Marcelo Rebelo de Sousa através do Twitter. António Costa, na noite eleitoral, não dirigiu uma única palavra à militante socialista. E o silêncio mantém-se quase uma semana depois das eleições.