O cenário era profético: quando João Ferreira chegou este sábado à porta do Fórum Luísa Todi, numa Setúbal pouco confinada, anunciava-se que o espetáculo “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, inspirado por Catarina Eufémia, a ceifeira assassinada pela polícia que se tornou uma figura da resistência à ditadura de Salazar, iria passar por ali (mas, consequência da pandemia, foi adiado). E “fascismo” acabou mesmo por ser a palavra do dia - a começar pelas intervenções de quem foi demonstrar apoio a João Ferreira e a acabar no candidato, que atirou direto a André Ventura.
Ferreira tem evitado nomear o candidato do Chega - hoje voltou a não pronunciar o seu nome - e insiste que é preciso não dar “protagonismo a certas forças”. Mas esta tarde, questionado pelos jornalistas sobre a sondagem da Pitagórica que coloca André Ventura em segundo lugar nestas eleições presidenciais e à frente da esquerda toda, não se coibiu de responder: “Isso não vai acontecer”. E insistiu: “Não são as sondagens que fazem os resultados. É preciso resistir a armadilhas e a profecias que se autocumprem”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt