Na semana passada, em Serpa, um esqueleto saiu do armário, tornando-se num símbolo de resistência antifascista. Irrompeu pelas presidenciais como um projéctil. Fomos a esta cidade alentejana, bastião comunista, conhecer o esqueleto. Senhoras e senhores, a "dona Margarida". Venham de lá esses ossos
Domingo, 10 de Janeiro de 2021. À porta do Cineteatro Municipal de Serpa, gente da etnia pessoa erguia cartazes antifascistas, pelo trabalho, pela igualdade, pela democracia, entoando o Grândola Vila Morena num coro rouco, desafinado pelo frio. A maioria dos presentes mora lá em baixo, junto ao cemitério da cidade, num bairro invadido de lixo, esgotos a céu aberto, uma certa forma de miséria tão evidente que parece pós-moderna, algo diferente da estirpe de pobreza que o Alentejo tem na alma do seu latifúndio.
Num imaginário florescente de outra senhora, esta malta - inexplicavelmente descontente com as fortunas que recebem do Rendimento Social de Inserção, vulgo RSI, com os seus 'BM´s' e os seus Mercedes topo de gama estacionados à porta de casa e os sinais exteriores de riqueza debaixo do colchão -, vive à grande e à francesa à custa dos "nossos" bolsos, nos nossos descontos, incluindo os que estão em plano prestacional, senhoras e senhores.
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