
A dois dias do arranque oficial da campanha presidencial, nem os candidatos sabem qual é o plano. As agendas mirraram, os comícios (quase) desapareceram e o roteiro da carne assada acabou
A dois dias do arranque oficial da campanha presidencial, nem os candidatos sabem qual é o plano. As agendas mirraram, os comícios (quase) desapareceram e o roteiro da carne assada acabou
Jornalista
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Se os tempos que vivemos fossem normais, por esta altura, a dois dias do arranque oficial da campanha para as eleições presidenciais, candidatos e jornalistas teriam o roteiro definido, a marcação de hotéis feita e os carros preparados para partirem para a estrada por 15 dias, quase todos a terminar com jantares e comícios. Mas isso era antes da pandemia. Desta vez, as candidaturas falam na “angústia” de construir um guião que está constantemente a sofrer alterações e cancelamentos e que deixou de contar com comícios ou arruadas (Ventura quer mantê-los, em formato reduzido). As ações são escolhidas a dedo, muitas com teor simbólico, e a mensagem passa, em boa parte, pelos ecrãs das televisões (ver texto ao lado). Até há quem peça aos jornalistas para serem testados antes de partirem para a estrada. Só há uma certeza: a incerteza na primeira campanha alguma vez feita em estado de emergência será constante e, mesmo já com as comitivas no terreno, o caminho terá de ser adaptado passo a passo, à medida que a evolução da pandemia deixar.
A estrada não começou agora, mas a dois dias do arranque oficial da campanha a perspetiva é a pior de sempre: esta semana, Portugal atingiu o máximo absoluto no número de novos casos num dia, há especialistas que aconselham um novo confinamento geral e o primeiro-ministro já admitiu tal hipótese. Com este cenário, e apesar de o direito à atividade política estar garantido mesmo neste quadro de exceção, como António Costa frisava ontem, as candidaturas enfrentam a perspetiva de fazer uma campanha com medidas como o recolher obrigatório, já para não falar dos condicionamentos com que vivem há meses, como a impossibilidade de juntar pessoas ou a obrigatoriedade de contactar o eleitorado sempre de máscara na cara (João Ferreira aponta para os panfletos que leva na mão para que as pessoas o reconheçam; Vitorino ‘Tino de Rans’ Silva garante que passaram a conhecê-lo “pela voz”).
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