João Luís Barreto Guimarães vence Prémio Pessoa 2022
Rui Duarte Silva
O poeta e autor do livro “Movimento” é também cirurgião plástico do Hospital de Gaia. Tornou-se, esta quinta-feira, o 36.º vencedor do Prémio Pessoa, uma iniciativa conjunta do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos
Tem 55 anos e duas carreiras paralelas. Uma, de especialista de cirurgia plástica e reconstrutiva e, outra, de poeta, que o levou já à publicação de mais de uma dúzia de livros, o primeiro dos quais reunido na coletânea “Há violinos na tribo” e editado em 1989. João Luís Barreto Guimarães nasceu no Porto e junta-se, a partir de agora, à vasta lista de personalidades da vida artística, cultural e científica portuguesas distinguidas pelo Prémio Pessoa.
“Eu vivo, movimento-me, escrevo”, disse numa entrevista à revista “Visão”, a propósito do seu último livro “Movimento”, publicado em 2020 e escrito em plena pandemia. A obra viria a valer-lhe, em maio deste ano, o Prémio de Literatura DST, que o júri então destacou pelos seus “méritos incomuns na dicção e estrutura poéticas, marcadas por um sentido de rigor, concisão e problematização do quotidiano”.
E foi este mesmo livro que motivou, agora, a atenção do júri do Prémio Pessoa, que distingue pela quarta vez um nome da poesia portuguesa, juntando Barreto Guimarães aos de Herberto Helder, Manuel Alegre e Vasco Graça Moura, também galardoados em anteriores edições deste prémio.
Discípulo de Eugénio de Andrade e de Manuel António Pina, João Luis Barreto Guimarães é, com o seu também colega médico e poeta Jorge Sousa Braga, autor do blogue “Poesia Ilimitada”, um meio inovador de divulgação da cultura, arte e literatura contemporâneas.
Traduzida e editada em vários países, entre os quais Estados Unidos, Chéquia, Espanha ou Egito, a obra de Barreto Guimarães tem sido distinguida a nível nacional e internacional. Mas a sua projecção pública será alargada agora, com a atribuição da 36.ª edição do Prémio Pessoa.
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Tiago Miranda
Este ano, o júri, que se reuniu de novo no tradicional espaço do Palácio de Seteais, foi presidido por Francisco Pinto Balsemão e teve como vice-presidente Paulo Macedo, administrador da CGD. Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques foram os restantes membros do júri.
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