Nasceu na Amadora, em 1977, e é atualmente o diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II. É o mais jovem galardoado depois da cientista Maria Manuel Mota, que recebeu o prémio com a mesma idade.
Tiago Rodrigues começa por pisar o palco com os Artistas Unidos, de Jorge Silva Melo, e aos 21 anos troca a escola de teatro pela companhia belga tg STAN, com quem colabora até 1998, apresentando espetáculos em francês, inglês, em mais de 15 países.
Em 2003, com Magda Bizarro, cria a estrutura Mundo Perfeito. Nesta estrutura cria mais de 30 peças de teatro, em colaboração com prestigiadas instituições como Alkantara Festival e Festival d’Autome. Recebe um Globo de Ouro, com “Três Dedos Abaixo do Joelho”, e o prémio de Teatro, da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2012.
Aos 26 anos, começa a trabalhar como professor convidado na escola de dança contemporânea PARTS, em Bruxelas, dirigida pela coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker. Em Portugal dá aulas na Universidade de Évora, Balleteatro e Escola Superior de Dança de Lisboa. Foi ainda o coordenador da única licenciatura em Artes Performativas de Lisboa, na ESTAL.
Paralelamente desenvolveu trabalho como ator e argumentista, para cinema e televisão, colaborando com Tiago Guedes e Frederico Serra, João Canijo, Bruno de Almeida e Marco Martins.
Em 2010, e depois de colaborar e escrever textos para três peças do coreógrafo Rui Horta, começa a criar as suas peças, com as quais conquista novos prémios e distinções, dentro e fora de Portugal.
Em 2015 inicia-se com diretor artístico do Teatro D. Maria II, lugar no qual foi reconduzido. Em 2017, estreia “Sopro”, no mais importante palco europeu, o Festival D Avignon.
Atualmente está a trabalhar com o elenco da Royal Shakespeare Company, numa adaptação de dois romances de José Saramago, “Ensaio sobre a Cegueira” e “Ensaio sobre a Lucidez”.
É filho de Rogério Rodrigues, jornalista no “Diário de Lisboa”, “O Jornal”, “Público” e “A Capital”, desaparecido em passado outubro deste ano, aos 72 anos, e da médica Arlete Rodrigues.Rogério Rodrigues fundou com José Pacheco Pereira a revista “Estudos sobre o comunismo”.
No obituário, publicado no Expresso, Henrique Monteiro, colunista do jornal e ex-director recordou-o: “Era um dos que mais sabia, juntamente com o Pacheco, da história do PC. Escrevia muito bem, lindamente. Foi também um jornalista que se distinguiu nas coberturas de grandes crimes.”
A partir de hoje, Tiago Rodrigues faz parte da lista dos galardoados com o Prémio Pessoa. O galardão já havia sido atribuído anteriormente a uma personalidade do teatro, Luis Miguel Cintra, ator e encenador, foi distinguido em 2005.
O Prémio Pessoa é uma iniciativa conjunta do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos e tem o valor pecuniário de 60 mil euros. Visa premiar, em cada ano, a personalidade portuguesa que alcançou maior destaque nas áreas da Cultura, Ciência, Artes e Literatura. O júri é presidido por Francisco Pinto Balsemão e por Rui Vilar (vice-presidente). É ainda integrado por Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery; e Viriato Soromenho-Marques.
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