Laureado Prémio Pessoa 2018 - Miguel Bastos Araújo
TIAGO MIRANDA
Geógrafo português, investigador da Universidade de Évora e catedrático da Universidade de Copenhaga e do Imperial College de Londres, tem 49 anos e é um dos maiores especialistas mundiais em alterações climáticas e biodiversidade. Torna-se hoje o 32.º vencedor do Prémio Pessoa, uma iniciativa do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos
Tem 49 anos, nasceu em Bruxelas e vive entre Évora, Madrid, Londres e Copenhaga. Miguel Bastos Araújo é um dos investigadores mais citados nos rankings das publicações académicas e um dos autores mais consagrados internacionalmente pelo trabalho desenvolvido sobre as alterações climáticas e o seu impacto na biodiversidade. O resultado da sua investigação valeu-lhe, este ano, o Erns Haeckel Prize, atribuído pela Federação Ecológica Europeia e que lhe será entregue numa cerimónia a decorrer durante o 15.º Congresso da organização, que decorrerá em Lisboa, em agosto de 2019. A Federação reúne 18 organizações ecológicas de 18 países e será, a partir de janeiro, presidida pela portuguesa Cristina Máguas.
A partir de hoje, Miguel Bastos Araújo integra a lista dos galardoados com o Prémio Pessoa, uma iniciativa do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, que visa distinguir a personalidade portuguesa que, no corrente ano, se tenha distinguido nas áreas da Ciência, Cultura, Artes ou Literatura.
D.R.
É a primeira vez nas suas 32 edições que o Prémio Pessoa consagra um geógrafo. Formado em Geografia e Planeamento Regional pela Universidade Nova de Lisboa, Miguel Araújo tirou o mestrado e o doutoramento, também em Geografia, no University College em Londres. Investigador da Universidade de Évora, é ainda investigador do Museu Nacional de Ciências Naturais em Madrid e professor catedrático das universidades de Copenhaga e do Imperial College.
Orientador de dezenas de mestrados e doutoramentos, é, há cinco anos consecutivos, um dos autores mais citados em publicações científicas e académicas. No prestigiado ranking anual da empresa americana Clarivate Analytics, divulgado no início de dezembro e noticiado na última edição do Expresso - o "Highly Cited Researchers 2018" - figurava entre os 15 investigadores mais citados do mundo a trabalhar em Portugal (Universidade de Évora), num universo de 4000 cientistas. A lista incidiu apenas nos artigos altamente citados, que representaram 1% do que se publicou no mundo em 21 áreas científicas.
Há cerca de um mês, em entrevista ao jornal espanhol “El País” a propósito da atribuição do Erns Haeckel Prize, apontava o dedo aos problemas ambientais e aos perigos que se acumulam. "Estamos a mudar o funcionamento elementar do planeta", dizia. E tornava bem claros os avisos: "O Homem é uma espécie de muito sucesso, que pode chegar a morrer do seu próprio êxito. Sobrevivemos a alterações climáticas, no passado. Atravessámos uma idade do gelo que era muito adversa e não possuíamos a tecnologia atual. Mas, uma coisa é sobreviver e outra é o mundo em que vamos viver no futuro e se ele corresponde ao que queremos. Caminhos para um cenário em que vamos pagar um preço muito elevado pela adaptação e também de qualidade de vida".
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