Ainda Luís Montenegro não estava há um mês em São Bento e já tinha um rótulo, deixado por Marcelo num jantar com jornalistas estrangeiros. Era um primeiro-ministro “urbano com comportamentos rurais”, que o deixa às escuras até ao fim sobre as principais decisões, começando pela formação do Governo, passando pela escolha da candidata portuguesa à Comissão Europeia e por fim na escolha da próxima procuradora-geral da República. Se nos dois primeiros, o Presidente pouco ou nada pode dizer, a Constituição dá-lhe poder na nomeação da PGR e Marcelo quer usá-lo.
Nos últimos dias , o Presidente da República tem-se desdobrado em declarações, sobretudo sobre o Orçamento do Estado mas não só. E se por vezes parece caucionar as estratégias do Governo (ao recusar, por exemplo, a ideia de duodécimos e de um orçamento retificativo), por outro foi deixando vários sinais de desagrado. Marcelo tem agora um Governo da sua cor política, mas a relação entre os dois parece mais fria e formal do que era com António Costa. Como vai a cooperação entre palácios em quatro episódios da última semana:
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