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Como a doutrina Rebelo de Sousa da separação entre poder e família falhou (e acertou) no caso das gémeas

Como a doutrina Rebelo de Sousa da separação entre poder e família falhou (e acertou) no caso das gémeas
TIAGO MIRANDA

Aos seis anos, Marcelo foi pela mão do pai a uma cerimónia onde estava o Presidente da República, Craveiro Lopes, que lhe disse: “Filho de subsecretário de Estado não é subsecretário de Estado.” Por isso, Marcelo diz que “família de Presidente não é Presidente”. Ao aceitar o email do filho no caso das gémeas, pode ter violado a sua própria doutrina. Ao dizer que seria inaceitável o filho usar o seu nome, voltou à posição inicial.

Como a doutrina Rebelo de Sousa da separação entre poder e família falhou (e acertou) no caso das gémeas

Vítor Matos

Jornalista

O solitário Presidente da República, que entrou sozinho em Belém, que nunca se mostrou com a família enquanto Chefe de Estado, e que nunca se apresentou com primeira-dama, pode ter ultrapassado as linhas vermelhas que estabeleceu para si próprio com o seguimento dado ao email do seu filho - “dr. Nuno Rebelo de Sousa” -, no polémico caso das gémeas luso-brasileiras tratadas com um dos medicamentos mais caros do mundo. Marcelo Rebelo de Sousa diz ter sido “neutral”. Mas a sua própria história pode ajudar a perceber onde falhou no início e, como no fim, terá regressado à sua posição original.

Tudo começou aqui: Marcelo tinha apenas seis anos quando começou a moldar a doutrina Rebelo de Sousa para a separação entre o poder e a família, durante o exercício de cargos públicos. Foi numa manhã de agosto de 1955, em que subiu à tribuna de honra de uma prova de hipismo, em Cascais, pela mão do seu pai, então subsecretário de Estado da Educação de Salazar. Com o “Célinho” de calções levado pela mão, Baltazar Rebelo de Sousa foi recebido pelo Presidente da República Craveiro Lopes nestes termos:

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