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O professor, o aluno de 17 e o “processo em curso”: depois da África do Sul, Marcelo e Costa juntam-se na Régua

Costa e Marcelo na visita ao Museu do Apartheid, em Joanesburgo
Costa e Marcelo na visita ao Museu do Apartheid, em Joanesburgo
TIAGO PETINGA/LUSA

Marcelo e Costa anteciparam o Dia de Portugal na África do Sul. Não falaram de política interna. Marcelo diz que “há um processo em curso, é melhor esperar”

O professor, o aluno de 17 e o “processo em curso”: depois da África do Sul, Marcelo e Costa juntam-se na Régua

Ângela Silva

Jornalista

“Ó sr. primeiro-ministro, só à noite é que vi a fotografia!” “Mas é o mesmo número...”, responde António Costa a Marcelo Rebelo de Sousa. “Tem que ser via WhatsApp”, diz-lhe o Presidente da República, num curto diálogo que ilustra o encontro desencontrado entre as duas figuras de Estado durante as comemorações do Dia de Portugal na África do Sul. Ambos fugiram de falar da crise cá dentro, ambos convergiram no que toca à política lá fora e cada um mostrou como encara o futuro da coabitação. Costa diz que “daqui para a frente vai ser como nos últimos oito anos”. Marcelo alerta: “Há um processo em curso, é melhor esperar [...], eu marquei um calendário [que fecha com a reunião do Conselho de Estado em finais de julho] e não vou alterá-lo [...], também já não falta muito.”

Soa a tão enigmático quanto as explicações deixadas por sucessivos membros do Governo na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, que o Presidente da República se recusou a comentar. “É importante esperar por julho, temos um Conselho de Estado e nessa altura já temos uma perspetiva global de um processo que está ainda em curso, e estando um processo em curso é melhor esperar”, insistiu. Sem querer “acrescentar nada àquilo que disse” (a 4 de maio, quando defendeu a demissão de João Galamba), Marcelo espera para ver que conclusões tira o primeiro-ministro do relatório final da comissão de inquérito, que já levou PSD e Bloco de Esquerda a anunciar que querem o Ministério Público a investigar as eventuais declarações falsas do ministro das Infraestruturas. E espera, sobretudo, para ver onde chegam os esclarecimentos sobre a atuação do SIS — que já lembrou existir para servir o Estado, e não para servir o Governo — nos incidentes de 26 de abril num gabinete ministerial.

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