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Bloco força adiamento da votação em comissão da revisão da lei de estrangeiros

Debate do programa do governo. Mariana Mortágua
Debate do programa do governo. Mariana Mortágua
Nuno Fox

Mariana Mortágua recorreu a um requerimento potestativo para adiar as votações na especialidade após PSD, CDS e Chega terem reprovado um conjunto de audições com entidades proposto pelos partidos de esquerda

O Bloco de Esquerda forçou, através de um requerimento potestativo, o adiamento das votações na especialidade da proposta do Governo que altera o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional.

Este recurso à figura do adiamento da votação com caráter potestativo - ou seja, obrigatório - foi apresentado esta quarta-feira pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, em Comissão de Assuntos Constitucionais, depois de PSD, CDS e Chega terem reprovado um conjunto de audições com entidades proposto pelos partidos de esquerda.

Ao contrário das bancadas da esquerda, PSD, CDS e Chega quiseram votar já esta quarta-feira, na especialidade, o diploma que altera a chamada lei de estrangeiros, considerando que a proposta do executivo incide sobre matéria de resolução urgente. Mas, primeiro, o PS forçou o adiamento da nova polícia e, depois, o Bloco forçou o adiamento das alterações às regras para a imigração.

Antes do que se passou em Comissão de Assuntos Constitucionais, o objetivo do PSD e CDS era o de proceder à votação final global deste diploma, assim como o referente à criação da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras da PSP, até ao próximo dia 16, o último plenário antes da interrupção dos trabalhos parlamentares para férias do verão. Com os adiamentos forçados por PS e Bloco torna-se mais difícil conseguir concluir os dois processos nesse prazo. Contudo, estes partidos também podem contar com o chumbo das audições de entidades e organizações que a esquerda pretende ouvir sobre estes assuntos.

Na sexta-feira, a proposta do Governo que altera o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional baixou a comissão sem votação na generalidade. O mesmo aconteceu com a lei da nacionalidade que, esse sim, o Governo já admitia deixar para depois das férias parlamentares.

Entre outros pontos, na lei de estrangeiros, o Governo pretende restringir o visto para procura de trabalho "a atividades altamente qualificadas", limitar o acesso ao reagrupamento familiar e alterar as condições para a concessão de autorização de residência aos cidadãos nacionais de Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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