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André Ventura volta a pedir demissão da ministra da Saúde: Marta Temido "demitiu-se por menos"

André Ventura divulgou nomes de crianças do jardim de infância de uma escola de Lisboa no Parlamento
André Ventura divulgou nomes de crianças do jardim de infância de uma escola de Lisboa no Parlamento
PAULO NOVAIS/ Lusa

Atitude de Montenegro sobre declarações de rendimentos "gera suspeita", diz o líder do Chega que espera chegar a um acordo com o Governo sobre mudanças nas regras da imigração e nacionalidade

O presidente do Chega voltou a pedir esta terça-feira a demissão da ministra da Saúde, na sequência do caso da grávida que passou por vários hospitais e acabou por perder o bebé após o nascimento.

André Ventura afirmou que a anterior ministra da Saúde, Marta Temido (PS), "demitiu-se por menos do que isto". "Continuamos a ver um espetáculo sofrível desta ministra da Saúde todos os dias, seja de grávidas que têm os filhos à porta do hospital, seja de urgências que estão fechadas, agora uma morte, mais uma, associada à falha dos serviços de saúde", constatou.

Para André Ventura, já não basta apenas assumir a responsabilidade. Devia começar por "resolver um problema já, que era sair e deixar alguém com a responsabilidade de governar o Ministério da Saúde", pois "continuam a morrer seres humanos".

"Sem querer criar nenhuma dessintonia, há uma pergunta que gostava mesmo de fazer: se tivesse sido um destes imigrantes que chegou agora a Portugal a precisar do serviço de saúde, será que também tínhamos falhado?", questionou o líder do Chega.

De visita a um bairro social, em Leiria, que nasceu para acolher os retornados das ex-colónias portuguesas, André Ventura recebeu das mãos de um antigo combatente uma carta, na qual diz que o Estado o vetou ao abandono. "Um ex-combatente que foi completamente abandonado pelo seu país", criticou o líder do Chega, que considerou ser uma "situação embaraçosa para Portugal".

Na semana em que se discute no parlamento a imigração, nacionalidade e controlo de fronteiras, é preciso "garantir que aquelas pessoas não são esquecidas", reforçou, ao criticar que, nos últimos anos, se tenha optado por "dar prioridade a todos os que estavam a chegar de fora e esquecido pessoas como estas que aqui vivem há anos, portugueses, nascidos naquilo que era o território português".

"É tudo, como o Governo costuma dizer, para os novos imigrantes e nós estamos profundamente em desacordo com isso", sublinhou. Nos próximos dias, André Ventura espera chegar a um consenso entre o Chega e o PSD na matéria da nacionalidade e da imigração, para que, na sexta-feira, dia da votação se possa "avançar em alguma matéria, que seja de controlo de fronteiras, que seja de controlo de imigração".

A perda de nacionalidade em caso de cometimento de um crime é também um ponto fundamental para o Chega, que discorda dos 10 anos. "Se alguém é condenado por terrorismo, tendo-se tornado português, que sentido faz que continue a ser português?", questionou. A regra terá de ser "aplicável a todos, todos, todos, como diz o primeiro-ministro".

"Queria instar o Governo a acelerar este passo até sexta-feira, porque com grande probabilidade estes diplomas terão fiscalização constitucional e demorarão a entrar em vigor. Todos percebemos que no caos em que o país está não pode perder mais tempo. Temos de ser capazes de decidir rápido sobre esta matéria", reforçou.

O Chega apresentou propostas alternativas à questão do Imposto sobre Rendimentos Singulares (IRS), depois do Governo ter apresentado a sua proposta, que André Ventura espera conseguir chegar a acordo. Para o Chega, deve haver um alívio fiscal do IRS que "se sinta em quem ganha menos e na classe média, em vez de se sentir nos que ganham mais".

Sobre a não apresentação da declaração de rendimentos do primeiro-ministro, Ventura considerou que a atitude de Luís Montenegro "gera suspeita e instabilidade política". "Um primeiro-ministro que não quer que se conheça à sua declaração de rendimentos ou a sua declaração de património, quando disse (...) que ia ser o primeiro-ministro mais transparente da história do país, é um primeiro-ministro que nos deixa com suspeitas sobre a sua conduta. Quem está na vida pública tem de ser transparente", declarou.

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