"Vou meter baixa psicológica": Miguel Arruda parte para os Açores sem data de regresso
O agora deputado não-inscrito Miguel Arruda quer pôr baixa psicológica e afastar-se temporariamente das funções de deputado
O agora deputado não-inscrito Miguel Arruda quer pôr baixa psicológica e afastar-se temporariamente das funções de deputado
Apenas um dia depois de se ter tornado deputado independente, Miguel Arruda explicou, em declarações à SIC, que o caso do furto das malas, em que é suspeito, o "rebentou psicologicamente" e está a afetar emocionalmente a família.
“A minha família está um caco”, desabafou o agora deputado independente.
Miguel Arruda viaja esta sexta-feira para os Açores e diz à SIC que não tem data para regressar: "Não sei quando volto. Vou desligar o telefone".
Ainda não consultou um médico, mas Miguel Arruda pretende passar o período de baixa médica na ilha de São Miguel, de onde é natural.
O novo lugar de Miguel Arruda no Parlamento marcou o arranque dos trabalhos, esta sexta-feira, na Assembleia da República.
O presidente da Assembleia da República Aguiar-Branco fez um anúncio no arranque do plenário, explicando que, na qualidade de deputado não inscrito - passa a ter gabinete próprio, funcionários, mais tempo para falar e um orçamento de 5 mil euros -, Miguel Arruda devia sentar-se na última fila, entre as bancadas do Chega e do PSD, como aconteceu em situações semelhantes.
E assim fez. Mas o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, pediu a palavra para dizer que não queria que o deputado se sentasse junto
à bancada do partido.
“Não nos sentimos confortáveis por o deputado Miguel Arruda se sentar ao lado dos deputados do Chega porque, como sabem, as coisas não foram pacíficas. Não posso responder pelo meu grupo parlamentar e pelo que possa acontecer nesta sessão plenária", avisou, sustentando “não ser correto o deputado manter-se sentado ao lado do grupo parlamentar de que saiu”.
Mais, prosseguiu Pedro Pinto: "Não é correto porque [Miguel Arruda] desrespeitou quer grupo parlamentar, quer o presidente do partido, quer o presidente do grupo parlamentar e até esta casa”.
Aguiar-Branco acabou por interromper os trabalhos, mas a sessão foi retomada alguns minutos depois. O presidente da Assembleia da República remete a decisão sobre o lugar onde deve sentar-se Miguel Arruda para uma futura Conferência de Líderes.
Quando os deputados regressaram ao hemiciclo, Miguel Arruda ocupou o lugar inicialmente previsto, agora sozinho, já que nenhum deputado do Chega se sentou ao seu lado.
Miguel Arruda foi constituído arguido, esta semana, por suspeitas de furtar bagagens nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, nos Açores.
O à data deputado do Chega, eleito pelo círculo dos Açores, declarou a sua inocência, garantindo estar a ser vítima de uma “cabala”, e deciciu avançar com uma queixa-crime contra várias entidades por violação do segredo de justiça.
Em declarações ao Observador, a defesa do agora deputado não inscrito confirmou que a ação judicial será entregue na próxima semana, sem esclarecer, porém, contra quem será dirigida.
O semanário Expresso revelou, na edição desta sexta-feira, que a investigação quer saber ainda se o deputado, neste alegado esquema, vendou objetos mais valiosos, como relógios e joias.
Suspeita-se que uma conta do deputado na plataforma Vinted tenha sido apagada após a notícia dos alegados furtos. O registo com o nome e ano de nascimento de Miguel Arruda foi aberto em maio do ano passado e chegou a ter quase 200 classificações depois de concluídos os negócios.
Camisolas, calças, gravatas ou chapéus estiveram na montra online.
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