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Isabel Moreira critica “efeito chamada” da manifestação de interesses defendido por Pedro Nuno, retórica que "nasceu no PSD de Montenegro"

Isabel Moreira critica “efeito chamada” da manifestação de interesses defendido por Pedro Nuno, retórica que "nasceu no PSD de Montenegro"
TIAGO PETINGA

A deputada socialista utilizou as redes sociais para reagir às declarações do secretário-geral socialista em entrevista ao Expresso, sobre a temática da imigração. Para Isabel Moreira, que considera que "a manifestação de interesses permitia regularizar quem trabalhava", Pedro Nuno Santos errou também ao referir “um modo de vida” ou “uma cultura”

Isabel Moreira critica “efeito chamada” da manifestação de interesses defendido por Pedro Nuno, retórica que "nasceu no PSD de Montenegro"

João Miguel Salvador

Coordenador digital

"Os estrangeiros e os apátridas que se encontrem ou residam em Portugal gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão português." É com o artigo 15º da Constituição da República Portuguesa que a deputada socialista Isabel Moreira reage à entrevista de Pedro Nuno Santos ao Expresso, publicada no semanário desta sexta-feira.

Mas vai mais longe. Num longo texto publicado na rede social Instagram, Isabel Moreira refuta "a ideia de 'efeito chamada' da manifestação de interesses" defendida pelo secretário-geral socialista. E recorda como essa retórica, que "nasceu no PSD de Montenegro", é falsa: os dados dizem o contrário, escreve também. Mais cedo, ex-ministros já tinham criticado as posições de Pedro Nuno Santos.

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Para Isabel Moreira "onde há oferta de trabalho há imigração" e isso não é possível evitar com leis muito rígidas "Onde há leis muito rígidas e trabalho também há imigração. Simplesmente ela é ilegal", expressa a deputada. Segundo esta, a "manifestação de interesses permitia regularizar quem trabalhava e fazia aqui a sua vida e tinha requisitos", um mecanismo regulador defendido pelo anterior executivo socialista e em linha com o partido, que "sempre defendeu uma imigração regulada e humana".

Numa crítica mais feroz a Pedro Nuno Santos, Isabel Moreira diz também que não sabe "o que significa respeitar 'um modo de vida' ou 'uma cultura'", retomando aqui a letra constitucional. "O meu campo de afirmação de valores e princípios é o da lei fundamental e esta não quer saber da nacionalidade de ninguém. Nem de obediências culturais. Pelo contrário. Cada pessoa desenvolve a sua personalidade como quer. E isso é direito fundamental. A ideia de um único modo de vida ou de uma única cultura não tem base constitucional. E é estranha ao nosso campo político." No mesmo texto, Moreira deixa ainda um recado ao seu secretário-geral: "Não ganhamos nada com uma retórica ou assente em percepções ou estranha a quem somos."

Sobre as falhas apontadas por Pedro Nuno Santos ao PS, que segundo este "não fez tudo bem" no que diz respeito à imigração, Isabel Moreira recorda a importância da chegada de cidadãos estrangeiros ao país. "Sem eles o país parava. A seguranca social falia. O Governo, aliás, sabe isso. E se fecha a lei com uma mão vai abrindo excepções com a outra, conforme constata que o setor y ou X desespera por trabalhadores."

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