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Nuno Melo avisa PSD que "peso do CDS não é negociável" nas autárquicas

Nuno Melo avisa PSD que "peso do CDS não é negociável" nas autárquicas
RUI DUARTE SILVA

Líder do CDS diz que o partido "não receia ir a votos em nenhuma circunstância". E recusa adiantar posições fechadas sobre Lisboa e Porto

O presidente do CDS-PP defendeu hoje que o partido não será um "custo de oportunidade" em coligações nas eleições autárquicas do próximo ano e considerou que "foi fundamental" para alcançar vitórias.

"Não acho desejável nenhuma estratégia em que o CDS possa ser o custo de oportunidade, no sentido que o CDS vale por si e o CDS foi fundamental para em coligações, ou mesmo nessa candidatura independente, se conseguirem vitórias. E o peso do CDS não é um custo de oportunidade, não é propriamente negociável, pelo que o CDS avaliará em cada caso um projeto e em cima desse projeto uma decisão", afirmou Nuno Melo quando questionado sobre a possibilidade de incluir outros partidos, como a IL, na coligação em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do Conselho Nacional, o líder do CDS-PP recusou antecipar alguma decisão a esse respeito e também não confirmou se a coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) se repetirá em 2025, salientando que o CDS é um "partido de corpo inteiro" e que "vale por si".

"Não vale por comparação com nenhum outro, nem é negociável em função de qualquer outro. Isso é bom que certamente todos tenham como muito claro, porque o CDS existe como partido que não receia ir a votos em nenhuma circunstância" e "deseja em eleições autárquicas aquilo que seja melhor para cada população e cada concelho", referiu.

O presidente do CDS-PP afirmou que é importante "que se tenha noção de que quando o CDS tem sucesso e ajuda ao bom governo de um concelho, deve ser tido em conta por esse desempenho e pelo seu valor, e esse não é prescindível em razão do que seja, nomeadamente de qualquer outra força política".

Nuno Melo reiterou que o objetivo do partido nas próximas eleições autárquicas é manter a sua representatividade ou crescer.

"O CDS vai lutar para manter as câmaras municipais que neste momento lidera, vai lutar para conquistar algumas outras e encarará as eleições autárquicas, como sempre fez, em listas próprias, em coligações e num ou noutro caso, excecionalmente, também apoiando candidaturas independentes", indicou, referindo que o partido quer ter os processos fechados o mais rapidamente possível.

O presidente do CDS-PP indicou que o processo de escolha dos candidatos caberá numa primeira fase às estruturas concelhias e distritais. Apesar da insistência dos jornalistas, Melo não quis adiantar qual a estratégia para os dois maiores municípios, Lisboa e Porto (onde apoiou o independente Rui Moreira, que chegou ao limite de mandatos e não poderá recandidatar-se a presidente da Câmara).

Sobre os candidatos a Lisboa (por exemplo o vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia, era mais próximo da anterior liderança do partido), o líder do partido recusou adiantar escolhas, dizendo que não se substitui aos órgãos próprios e que essa discussão vai acontecer primeiro na estrutura concelhia e só depois chegará aos órgãos nacionais.

Questionado se a possibilidade de uma coligação no Porto, Melo disse que "poderá haver tudo aquilo que, não violando as orientações nacionais do CDS, as comissões políticas concelhias queiram".

O Conselho Nacional do partido esteve reunido esta noite durante pouco mais de uma hora na sede, em Lisboa, e aprovou, por unanimidade, o regulamento para as próximas eleições autárquicas. O documento refere que as candidaturas são propostas pelas comissões políticas concelhias e ratificadas pelas distritais, mas no que toca às capitais de distrito e nos concelhos com mais de 90 mil eleitores as candidaturas aos órgãos autárquicos, bem como o primeiro nome a indicar pelo CDS-PP a cada órgão, serão aprovadas pela Comissão Executiva, por proposta do presidente do partido, após audição das respetivas estruturas locais.

Atualmente, o CDS-PP preside a seis câmaras municipais e governa mais de 40 em coligação.

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