Para poder encaixar um discurso a dizer que vai ganhar as eleições, André Ventura chegou a Viana do Castelo e disse que, a partir de agora, era suposto o Chega ser mais um partido de Governo do que de protesto. Mas ao longo dos dois primeiros dias da Convenção do Chega, o partido continuou a manifestar as características típicas de uma força da direita radical, populista e antissistema, com os mesmo traços, táticas e discursos dos partidos congéneres europeus e americanos: a mentira, a desinformação, o ataque aos jornalistas, o familiarismo, a humilhação dos adversários, o nativismo…
Talvez só haja duas diferenças essenciais para esses partidos: antes de mais, não houve discursos eurocéticos, muito menos anti-União Europeia, que são o elemento definidor destas forças em países como França, Alemanha, Áustria ou Hungria. Outro aspeto fora daquilo que é comum na direita radical é a hostilização vincada dos líderes dos partidos do centro-direita. No Chega deste fim de semana, o nome de Luís Montenegro mal se ouviu no palanque e nenhum dirigente de relevo deu importância ao líder do PSD, exatamente para ter André Ventura como o candidato da direita que polariza efetivamente com Pedro Nuno Santos e os socialistas.
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