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Raimundo faz acordo com PS se forem viabilizados projetos laborais do PCP

Raimundo faz acordo com PS se forem viabilizados projetos laborais do PCP
ANTÓNIO COTRIM

Os projetos de alteração da legislação laboral serão debatidos esta tarde na Assembleia Da República, nomeadamente um em matéria de contratação coletiva

O secretário-geral do PCP admitiu hoje iniciar de imediato as negociações para um acordo com o PS se os socialistas viabilizarem os projetos de alteração da legislação laboral que serão debatidos esta tarde na Assembleia Da República.

"Fecho acordo hoje se o Partido Socialista acompanhar as nossas propostas na Assembleia da República. Vamos ver qual é a posição do Partido Socialista sobre isso, hoje, essa é a grande questão, o resto é só para a gente andar aqui a fazer cenários que não têm consequência nenhuma na vida das pessoas", afirmou Paulo Raimundo aos jornalistas no Carregado.

O PCP apresenta hoje no Parlamento quatro projetos de alteração da legislação laboral, nomeadamente em matéria de contratação coletiva, regulamentação do trabalho por turnos e valorização de quem trabalha por turnos e o fim dos cortes às horas extraordinárias "feitos pelo Governo PSD/CDS-PP que o Governo socialista não quis repor".

"O que eu ouvi das declarações de Pedro Nuno Santos ainda durante a campanha eleitoral do Partido Socialista foi que devíamos manter estabilidade na legislação laboral, o que significa instabilidade da vida destas pessoas, essa que é a grande questão e, portanto, hoje é uma boa oportunidade para clarificar quais são os caminhos que cada um quer e a resposta condiciona aquilo o que vai ser amanhã", disse.

Para o líder comunista, "o Partido Socialista é só um e não vale a pena pensar que vem daí alguma solução para as nossas vidas".

À falta de expectativas de mudança de políticas com o novo líder do PS, Pedro Nuno Santos, Paulo Raimundo pediu o reforço da votação do PCP nas eleições legislativas de 10 de março, alegando que "isso é que vai condicionar" as decisões do país também nos aspetos do trabalho suplementar.

O secretário-geral do PCP falava à margem dos contactos que hoje teve com trabalhadores à porta da empresa Matutano, no concelho de Alenquer, no distrito de Lisboa.

Para o PCP, a Matutano é o caso de uma empresa em que o trabalho por turnos deveria ser valorizado e levado "aos mínimos indispensáveis". Raimundo alertou que há setores da empresa em que não se justifica a laboração contínua.

Marcos Rebocho, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Alimentar, explicou aos jornalistas que, com a laboração contínua, os 350 trabalhadores não chegam a descansar dois dias por semana.

A desvalorização salarial na empresa fez também com que os trabalhadores tenham vencimentos à beira do salário mínimo, acrescentou.

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