Partidos

“É um logro dizer que este orçamento vai baixar impostos, o país está a ser enganado”: Montenegro anuncia voto contra OE 2024 do PSD

“É um logro dizer que este orçamento vai baixar impostos, o país está a ser enganado”: Montenegro anuncia voto contra OE 2024 do PSD
TIAGO PETINGA

Líder do PSD encerrou jornadas parlamentares do partido com críticas ao Executivo: “O Governo e o país estão a viver das aparências”, afirmou perante os deputados laranjas. Asfixiamento da classe média e falta de plano económico são outras razões para o chumbo

“É um logro dizer que este orçamento vai baixar impostos, o país está a ser enganado”: Montenegro anuncia voto contra OE 2024 do PSD

Tiago Soares

Jornalista

Sem surpresas, Luís Montenegro anunciou esta terça-feira que o PSD vai votar contra o Orçamento de Estado para 2024 apresentado pelo Governo. “Contas certas à custa do sofrimento das pessoas e do crescimento económico não é futuro para Portugal. Isto não se aguenta para sempre”, afirmou perante os deputados sociais-democratas.

O líder do PSD deu o exemplo da descida do IRS proposta pelo Governo. “Uma grande diferença hoje entre nós e o PS é a conceção de classe média. Para o PS é quem ganha €950 mensais para baixo, para nós é quem ganha acima de €950”, afirmou entre aplausos dos deputados.

“Quem ganha dois mil euros brutos por mês não pode ser considerada uma pessoa rica. Isso é nivelar a sociedade por baixo”, acrescentou para novos aplausos.

Depois, falou da falta de respostas que este OE dá aos jovens: é necessário dar “previsibilidade aos jovens em matéria fiscal” para evitar a imigração qualificada, sustentou, lembrando a proposta do PSD de estabelecer uma taxa máxima de IRS na ordem dos 15% até aos 35 anos. “Se o Governo quisesse dar um sinal duradouro e não esporádico, tinha aceitado o repto de fechar esta medida com o PSD e deixar um legado para futuros governos”, afirmou.

E daí insistiu nas questões fiscais: “É um logro dizer que este OE vai baixar impostos. O país está a ser enganado”, insistiu, acusando o Governo de “tirar com as duas mãos” através dos impostos indiretos. “Este OE é uma aparência. O Governo e o país estão a viver das aparências”, acusou, já depois de apontar a “falta de estratégia económica” e os “serviços públicos mínimos” que estão plasmados no documento de Medina.

O líder reconhece que houve um progresso na sua própria liderança. “Se compararmos o que dizem de nós hoje com o que diziam há um ano… não tínhamos ideias nenhumas, depois tínhamos algumas, e agora já cumprimos a tarefa do maior partido da oposição. E sobretudo alimentamos a esperança [dos portugueses] num futuro alicerçado em propostas concretas, e que não estamos a guardar para as vésperas das eleições”, concluiu.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: tsoares@expresso.impresa.pt / tiago.g.soares24@gmail.com

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate