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Entre a "usurpação" e o "estrangulamento": saída de André Pestana deixa MAS em risco de extinção

Entre a "usurpação" e o "estrangulamento": saída de André Pestana deixa MAS em risco de extinção
ANTONIO COTRIM

Renata Cambra acusa o líder do STOP de sair para encabeçar novo partido de professores e de levar com ele parte das estruturas do MAS. Ao Expresso, André Pestana rejeita acusações e garante estar centrado na “defesa da escola pública e no reforço do sindicalismo independente”

Dentro do Movimento Alternativa Socialista (MAS) existe uma guerra de lideranças entre Renata Cambra, cabeça de lista nas legislativas de 2022, e Gil Garcia, fundador do partido, depois de ter saído do Bloco de Esquerda. No centro deste desacato está André Pestana, líder do STOP, que se desfiliou do MAS, esta terça-feira. A antiga cabeça de lista, que ganhou notoriedade durante os debates dos pequenos partidos nas últimas legislativas, acusa o líder do STOP (Sindicato de Todos Os Profissionais de educação) de sair para liderar um novo partido, Juntos Vamos Mudar, e de ter levado com ele os acessos às redes sociais, site e contas bancárias do MAS. Gil Garcia, fundador e membro da ala de André Pestana, rejeita todas as acusações e considera uma “invenção” a ascensão de André Pestana a líder partidário. Para já, pelo menos. Ao Expresso, o líder do STOP garantiu que “toda a sua ação” está centrada na "defesa da escola pública e no reforço do sindicalismo independente, democrático e combativo". Com a divisão instalada e acusações de parte a parte, entre fações há um ponto de acordo: o Tribunal Constitucional pode vir a ilegalizar o partido.

Foi em março que o mal estar se instalou dentro do MAS quando as fações de Renata Cambra e Gil Garcia apresentaram na comissão nacional diferentes visões quanto à aproximação a novas forças políticas de esquerda. Do lado de Renata Cambra a vontade era de manter o MAS independente, do lado do fundador Gil Garcia a ideia já era de unir esforços à esquerda, nos “moldes” daquilo que é hoje o Juntos Vamos Mudar. A clivagem ficou. Quatro meses depois, André Pestana abandona o MAS por já não se sentir “útil para lutar” dentro do partido. E é aqui que a louça parte. Agora, Renata Cambra acusa André Pestana e a restante ala de Gil Garcia, de “retirar” o acesso às redes sociais, site e contas bancárias do partido. Assim como de não comunicar os resultados do último congresso ao Tribunal Constitucional. Acusações “falsas” a que Garcia responde acusando a antiga cabeça de lista de “usurpação” e “golpe” dentro do partido.

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