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PJ faz buscas em casa de Rui Rio e na sede do PSD, por suspeita de peculato e abuso de poder

Líder do PSD, Rui Rio, durante a apresentação do programa eleitoral para as eleições legislativas 2022. Nuno Fox
Líder do PSD, Rui Rio, durante a apresentação do programa eleitoral para as eleições legislativas 2022. Nuno Fox

Casa do ex-presidente do PSD no Porto alvo de buscas, assim como do seu ex-secretário-geral no partido, da sua antiga assessora de imprensa, a sede nacional na Lapa e as sedes distritais de Porto e Lisboa. Suspeitas de uso de dinheiros do Parlamento para pagar salários a funcionários da direção de Rui Rio. PJ fez vinte buscas, catorze delas domiciliárias e a cinco sedes partidárias. Operação contou com cem inspetores. Investigação iniciou-se em 2018

PJ faz buscas em casa de Rui Rio e na sede do PSD, por suspeita de peculato e abuso de poder

David Dinis

Diretor-adjunto

PJ faz buscas em casa de Rui Rio e na sede do PSD, por suspeita de peculato e abuso de poder

Hugo Franco

Jornalista

PJ faz buscas em casa de Rui Rio e na sede do PSD, por suspeita de peculato e abuso de poder

Rui Gustavo

Jornalista

PJ faz buscas em casa de Rui Rio e na sede do PSD, por suspeita de peculato e abuso de poder

Liliana Valente

Coordenadora de Política

A Polícia Judiciária desencadeou esta manhã buscas na sede nacional do PSD e à casa do ex-presidente do PSD Rui Rio, visando diretamente a anterior liderança do partido. Haverá também investigação em curso a outros dirigentes e funcionários do partido, como o ainda deputado Hugo Carneiro, confirmou o Expresso. As suspeitas são de crimes como peculato e abuso de poderes, numa suspeita de utilização indevida de dinheiros públicos na anterior gestão do PSD. Segundo a PJ, a investigação iniciou-se em 2018.

Participam na operação investigadores da Unidade Nacional Contra a Corrupção e das diretorias de Lisboa e do Porto, de Évora e Setúbal.

No total, a PJ realizou vinte buscas, catorze delas domiciliárias e a cinco sedes partidárias na Grande Lisboa e no norte do país. No terreno estiveram cem inspetores daquela polícia bem como peritos informáticos e financeiros.

Já o DIAP de Lisboa, na sua página oficial, não refere a existência de arguidos no caso.

A direção atual do PSD, liderada por Luis Montenegro, emitiu entretanto uma nota breve confirmando as buscas (apontadas ao mandato de Rio, de 2018 a 2021) e garantindo “toda a colaboração”:

“O PSD confirma que a sede nacional e a sede distrital do Porto foram hoje objeto de buscas por parte da Polícia Judiciária. Segundo a informação das autoridades, a investigação em curso, visa factos que remontam ao período de 2018 a 2021. O PSD prestará toda a colaboração solicitada pelas autoridades judiciais.”

Segundo a CNN Portugal, o Ministério Público considera ter fortes indícios de crimes no exercício de cargos políticos, alegadamente através de um esquema de pagamento de ordenados a funcionários do PSD com verbas da Assembleia da República - sendo que, por lei, estas são exclusivamente destinadas a cargos de assessoria dos grupos parlamentares.

Uma das buscas desencadeadas, segundo apurou o Expresso, foi a casa da antiga assessora de imprensa de Rui Rio, Florbela Guedes - que já tinha sido ouvida pela investigação pelo mesmo motivo. O processo terá nascido em 2020, por denúncias internas, e deu origem à abertura de inquérito. O Ministério Público acredita que, como ex-deputado, Rio terá tido um conhecimento privilegiado do alegado esquema de financiamento ilícito do PSD, pactuando com o mesmo.

Apesar de a investigação estar relacionada com pagamentos via Grupo Parlamentar do PSD, ao que o Expresso apurou, ainda não houve qualquer diligência na Assembleia da República.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ddinis@expresso.impresa.pt

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