“Que o teto me caia em cima se não havemos de ser um dia governo de Portugal.” A cada convenção, André Ventura vai elevando a fasquia, mas a imagem agora usada acaba por resultar caricata. Abraracourcix, o chefe da pequena aldeia dos irredutíveis gauleses, como Astérix, só tinha medo de uma coisa: que o céu lhe caísse em cima. Acontece que o chefe desfilava sobre um escudo e quem o carregava costumava derrubá-lo.
Ao segundo dia da V Convenção Nacional do Chega, em Santarém, o líder reeleito também teve o seu escudo – erguido pelos “12 guerreiros” da bancada parlamentar, mas não só – e ninguém o derrubou. Pelo contrário, os críticos internos ficaram em casa e esta foi a reunião magna da “maturidade”, como ia sendo dito, intervenção após intervenção. A incógnita era só mesmo a dimensão do resultado, que chegou aos 98,3% dos votos - porque Ventura era candidato único à presidência do Chega.
No seu discurso de vitória, o líder voltou a apontar a São Bento, ainda que concedendo não poder prometer uma vitória já nas próximas eleições legislativas. Mas deixou o aviso: “Ou há governo com o Chega ou não há governo de todo em Portugal”, pelo que “escusam de continuar a falar em linhas vermelhas, azuis ou verdes” porque “só o povo português estabelecerá linhas vermelhas”. E insistiu numa ideia que já ia ganhando tração: “Não queremos negociatas escondidas nem falsas geringonças.”
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