21 janeiro 2023 22:16

Apesar de dizer que não as tem, há figuras e circunstâncias que têm feito sombra ao líder do PSD nos últimos tempos. Passos, Rio, Moreira da Silva e a Operação Vórtex são alguns exemplos
21 janeiro 2023 22:16
O Expresso escrevia no final do ano passado que a ‘caça’ a Luís Montenegro abria em janeiro. Ainda assim, era difícil imaginar que tantas peças se posicionassem em simultâneo no caminho do presidente do PSD. Com pouco mais de meio ano na liderança do partido, Montenegro afirmou na semana passada, em entrevista à SIC, que não tem “sombras”, mas são cada vez mais as figuras de relevo a fazer-lhe sombra. Umas já pairam há muito (como Carlos Moedas e Passos Coelho), outras surgem agora (como Jorge Moreira da Silva e Rui Rio). A somar a essas sombras está a Operação Vórtex, uma investigação às suspeitas de corrupção imobiliária na Câmara de Espinho, que já obrigou Montenegro a deixar cair Joaquim Pinto Moreira na direção da bancada.
Na mesma entrevista, Montenegro afastou uma eventual disputa da liderança do PSD com Pedro Passos Coelho. “Essa questão não se coloca”, disse. Mas o antigo primeiro-ministro tem estado muito presente nos últimos dias em publicações nas redes sociais. O ex-deputado e antigo secretário de Estado José Eduardo Martins, o sociólogo Pedro Gomes Sanches e o antigo assessor Rui Baptista foram alguns dos que publicitaram encontros recentes com Passos Coelho. Os almoços podem não passar de meras conversas entre amigos, mas os envolvidos sabem que, ao torná-los públicos, geram apelos a uma vaga de fundo para que Passos volte à vida política ativa. E não desconhecem que desejar o regresso de alguém que governou nos anos de chumbo da troika faz empalidecer, por contraste, a atuação do líder do PSD. Isto porque, como já defendeu ao Expresso, por exemplo, o antigo secretário-geral Ribau Esteves, Montenegro ainda não conseguiu pôr o partido a “liderar a oposição”.