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Sem consenso, debates quinzenais podem regressar só em dezembro. Oposição acusa PM de “querer fugir ao escrutínio”

Sem consenso, debates quinzenais podem regressar só em dezembro. Oposição acusa PM de “querer fugir ao escrutínio”
TIAGO MIRANDA

PS não chegou a acordo com partidos para o agendamento do regresso dos debates quinzenais. Oposição acusa socialistas de quererem adiar debates com primeiro-ministro

O PS e os restantes partidos não chegaram a consenso sobre a data de regresso dos debates quinzenais com o primeiro-ministro. O agendamento deveria ter sido feito esta quarta-feira na reunião da Conferência de Líderes, mas sem o aval dos socialistas o ponto voltará a estar em cima da mesa na próxima reunião, a 4 de outubro.

Do lado da oposição, PSD e IL acusaram o PS e o Governo de quererem adiar o regresso dos debates quinzenais com António Costa. “O Governo parece querer fugir ao escrutínio e a moção de censura do Chega parece que só ajudou o Governo”, diz ao Expresso o deputado social-democrata Hugo Carneiro.

Segundo o deputado do PSD, se houvesse a concordância dos socialistas o regresso dos debates quinzenais poderia acontecer já “no próximo dia 3 ou 4 de outubro”, mas assim há “risco de poder ser adiado para o final do ano”, em dezembro. “Haverá ainda uma reunião da Conferência de Líderes para ver se é possível agendar o debate para antes do Orçamento, embora o que foi avançado inicialmente pelo PS é que como o processo do OE arranca no dia 10 será difícil. Mas nesse dia será feita apenas a apresentação da proposta, não arranca o debate orçamental”, vinca.

O regresso dos debates quinzenais tem sido sucessivamente protelado, com críticas da oposição ao PS. Este é mais um episódio da série de adiamentos, que começou logo com o processo de alteração ao Regimento da Assembleia da República (AR).

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o líder da bancada da IL, Rodrigo Saraiva, defendeu, por sua vez, que “só não haverá debate nas duas primeiras semanas de outubro se vingar o rolo compressor da maioria”, renovando as críticas à postura do Partido Socialista.

A porta-voz da conferência de líderes, a socialista Maria da Luz Rosinha, indicou que os partidos não chegaram a consenso sobre qualquer data quanto ao regresso dos debates quinzenais com o primeiro-ministro, que estava inicialmente previsto para 27 de setembro . Em causa está o facto de o novo Regimento da Assembleia da República, aprovado em julho, estipular que, "na quinzena seguinte à discussão de moções de confiança ou de moções de censura", não pode haver o debate quinzenal com o primeiro-ministro.

O Parlamento debateu e rejeitou esta terça-feira uma moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega, tendo sido desmarcado numa conferência de líderes anterior o debate quinzenal inicialmente agendado para dia 27 de setembro.

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