Montenegro anuncia abstenção na moção do Chega e desafia Governo para pacto fiscal
Líder do PSD critica “criancices” de Ventura e moção “que não faz bem, nem faz mal”. O PSD, disse, tem é de centrar-se no alívio fiscal
Líder do PSD critica “criancices” de Ventura e moção “que não faz bem, nem faz mal”. O PSD, disse, tem é de centrar-se no alívio fiscal
Jornalista
Editora de Política
O PSD vai abster-se na moção de censura ao Governo apresenta pelo Chega e que será debatida na próxima semana. A orientação de voto e a sua justificação foram dadas pelo presidente do partido, Luís Montenegro, na reunião da bancada parlamentar que está a decorrer esta manhã. Ao que foi relatado ao Expresso, o líder social-democrata criticou a iniciativa de André Ventura classificando-a como uma “moção melhoral: não faz bem, nem faz mal”.
Montenegro aproveitou a reunião para fazer uma intervenção sobre qual deve ser o posicionamento do PSD, assumindo que os olhos dos portugueses vão estar postos é no PSD, apesar de a moção ser do Chega. “É uma criancice de moção”, acusou o líder social-democrata, para quem ´o que é importante é o debate do dia seguinte: a discussão sobre descida de impostos marcada para dia 20 pelo PSD. “A área fiscal tem de ter resposta do Governo, baixa ou não baixa?”, disse Montenegro já à saída da reunião, onde anunciou que está disponível para “assinar compromissos para os próximos 15-20 anos" sobre política fiscal que garanta uma taxa de IRS não superior a 15% aos cidadãos até aos 35 anos.
“A classe média não pode continuar a ser o parente pobre da governação”, disse também Montenegro à saída, depois de dentro da reunião ter vincado que o partido tem de ser a voz do que trabalham e se sentem “asfixiados” pelos impostos.
Depois, lançou um compromisso: “Estou disposto a assinar um compromisso enquanto lider do PSD para os próximos 15, 20 anos para que os jovens até aos 35 anos não paguem uma taxa de IRS superior a 15%”.
Em resposta às perguntas dos jornalistas, o líder do PSD garantiu que o grupo parlamentar está “coeso” e vai continuar a apresentar “propostas alternativas” nesta “desafiante” sessão legislativa que agora se inicia. “As medidas do PSD na área fiscal têm de ter uma resposta do Governo. Baixa ou não baixa os impostos?”, perguntou Montenegro.
Acusando António Costa de estar a brincar "às pausadas e comboios”, Montenegro exigiu medidas “estratégicas” e “estruturais” que tenham impacto na vida dos cidadãos. “Estive 17 anos deste lado [na AR], e muitas vezes deixei que nos debates não se falassem de coisas importantes que interessam as pessoas”, lembrou o líder do PSD.
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