Parlamento

Dois dias de comissão de inquérito: 5 factos, várias versões

19 maio 2023 18:11

Rita Dinis

Rita Dinis

Jornalista

nuno botelho

Frederico Pinheiro, Eugénia Correia e João Galamba não coincidem nos relatos feitos no Parlamento

19 maio 2023 18:11

Rita Dinis

Rita Dinis

Jornalista

António Costa tem dito que cabe à comissão de inquérito à TAP apurar “a verdade, doa a quem doer”. Mas foi o primeiro a tomar partido de uma versão sobre os “deploráveis” acontecimentos no Ministério das Infraestruturas: houve uma tentativa de “roubo” de um computador por parte de um adjunto demitido, perante isso era aceitável alertar o SIS, e o adjunto é “o responsável único” pelo que se passou. As versões contadas ao detalhe nos últimos dois dias na comissão de inquérito mostram uma realidade que pode ser bem diferente — além de ficar claro que nenhum dos implicados foi ouvido nem pelo gabinete do primeiro-ministro para apurar a veracidade dos relatos nem pelo Conselho de Fiscalização das secretas que elaborou um relatório a declarar que não houve qualquer ilegalidade na atuação. Eis as contradições que persistem.

Quem decidiu chamar?

A chefe de gabinete de João Galamba foi à audição apostada em ilibar o ministro da decisão de alertar os serviços de informações. Antes dela, já Galamba tinha implicado vários governantes nessa suposta cadeia de decisão — mas não terá sido bem assim. A própria ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, disse, quarta-feira, na comissão de Assuntos Constitucionais que o contacto que teve com Galamba sobre este caso foi “pura e simplesmente” sobre a Polícia Judiciária. António Costa sempre disse que “nenhum membro do Governo autorizou” essa chamada, e que, ainda assim, não haveria problema no reporte, quando muito a dúvida estaria na própria atuação do SIS. Eugénia Correia disse que foi ela quem decidiu alertar o SIRP na sequência do suposto roubo de um computador com informação classificada (ver pag 8)