O Chega anunciou esta quinta-feira que pediu a marcação de nova eleição para a vice-presidência da Assembleia da República e vai candidatar o deputado Jorge Galveias, o quarto nome apresentado pelo partido.
“O Chega vai propor para indicar já na próxima conferencia de líderes uma data de eleição para um novo vice-presidente e vamos indicar o deputado Jorge Galveias como candidato a vice-presidente da Assembleia da República”, anunciou André Ventura.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o líder do Chega classificou como “uma situação absolutamente anormal, caricata e indesejada a não existência de um terceiro vice-presidente da Assembleia da República”.
André Ventura disse que “no final do ano passado”, o presidente do Parlamento, Augusto Santos Silva, fez um “repto de haver um preenchimento dos lugares da vice-presidência, até pelo excesso de trabalho na liderança da Assembleia da República”. “É a esse repto que queremos responder”, afirmou.
O presidente do Chega espera que o seu quarto candidato conte com o apoio de PSD e Iniciativa Liberal e apelou ao PS para que se abstenha. “Se foi o próprio Augusto Santos Silva que disse que era importante que a direção do Parlamento se compusesse, o que esperamos é que pelo menos o PS possa abster-se para deixar passar o candidato do terceiro partido mais votado”, disse, apelando a que o Parlamento dê “um sinal de estabilização das relações políticas, mas também de normalização do seu funcionamento”.
Ventura pediu “bom senso” aos partidos e disse esperar que Jorge Galveias tenha uma melhor votação do que os candidatos que o partido apresentou anteriormente, mas referiu ainda não ter feito contactos com as outras forças partidárias.
“O Chega tem apresentado perfis muito diferentes”, salientou, defendendo que “se este nome chumbar, é sinal de que o Parlamento não quer é ter um vice-presidente do Chega”. Se voltar a não conseguir eleger um vice-presidente, o Chega vai “continuar a insistir nesta questão”, indicou o líder, considerando que deriva “da Constituição que a Assembleia da República deve ter quatro vice-presidentes representantes dos quatro maiores partidos”.
A Constituição da República Portuguesa estabelece que os quatro vice-presidentes do Parlamento são “eleitos sob proposta dos quatro maiores grupos parlamentares”.
O Chega já apresentou três candidatos à vice-presidência da Mesa da Assembleia da República – Diogo Pacheco de Amorim, Gabriel Mithá Ribeiro e Rui Paulo Sousa – tendo sido todos rejeitados.
Da última vez, em setembro, o deputado Rui Paulo Sousa obteve 64 votos favoráveis, quando precisava de 116 votos para ser eleito. Na altura, Ventura acusou o PS de promover um “verdadeiro boicote” à eleição de um deputado do Chega à vice-presidência do Parlamento. Em reposta, o líder parlamentar do PS afirmou que “os 120 deputados desta bancada votaram de forma livre e democrática”, recusando a acusação de boicote. “Entre nós e a extrema-direita antidemocrática há uma linha vermelha que eu, que nós, que 120 deputados não irão jamais trespassar. Connosco não passarão”, disse Eurico Brilhante Dias.
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