No espaço de algumas horas, o site do Governo português apresentou três versões do seu logotipo. Ao início da tarde, o Diário de Notícias (DN) noticiou a alteração para uma versão sem esfera armilar, quinas e castelos, semelhante à imagem simplificada encomendada pelo Executivo de António Costa ao premiado designer Eduardo Aires – cuja anulação constituiu uma das primeiras medidas do atual Governo. Mas, pouco tempo depois, os três símbolos nacionais reapareceram na plataforma oficial da República Portuguesa.
Numa curta resposta telefónica ao Expresso, a assessora do primeiro-ministro limitou-se a dizer que “não houve mudança” de logotipo. A alteração temporária deveu-se a “um problemita”, já tendo “regressado ao normal”.
O regresso à imagem resultante da reformulação gráfica que custou ao Estado cerca de 25 mil euros fora realizado “com o objetivo principal de dar destaque e visibilidade ao endereço do portal governamental”, adiantou fonte oficial do Governo ao DN: “Esta escolha pretende facilitar o reconhecimento e a identificação do Portal do Governo, realçando o seu propósito como uma plataforma oficial de informação do Governo.”
A referida versão do logotipo, prevista no manual de comunicação aprovado em Conselho de Ministros, estava “especialmente otimizada para o ambiente digital e diversos formatos de tela, seja em desktops ou dispositivos móveis”, de acordo com o que explicou a mesma fonte.
Nas redes sociais, mantém-se o logotipo anteriormente viabilizado pelo Executivo de Luís Montenegro, com a bandeira portuguesa, incluindo esfera armilar, quinas e castelos, e a designação ‘República Portuguesa'. O mesmo que pode agora ser, de novo, visto no site oficial do Governo.
Recorde-se que, a 3 de abril, a reversão da alteração do logotipo oficial do Governo foi apresentada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, como a primeira medida do novo Executivo para “fazer uma transformação estrutural do país”, concretizando uma promessa feita por Luís Montenegro.
A decisão gerou muita contestação por parte da oposição, que considerou que esta não deveria ser uma prioridade para o novo Governo, e levou à criação de uma petição pública para travar a medida.
Notícia atualizada às 19h37 com resposta do Governo
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