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Governo avalia compra das participações de Marco Galinha na agência Lusa

Governo avalia compra das participações de Marco Galinha na agência Lusa
ANTÓNIO COTRIM/Lusa

Global Media e Grupo Bel estavam interessados em vender participação de 45,7% na agência de notícias. Executivo contactou partidos para obter consenso para esta operação

Governo avalia compra das participações de Marco Galinha na agência Lusa

Eunice Lourenço

Editora de Política

Governo avalia compra das participações de Marco Galinha na agência Lusa

Rita Dinis

Jornalista

O Governo está a avaliar a compra ao empresário Marco Galinha as suas participações na Agência Lusa. Marco Galinha tem 45,7% da agência noticiosa através de participações da Global Media, empresa que é dona do Diário de Notícias, da TSF e do Jornal de Notícias, e do grupo Bel, a holding que agrega cerca de 50 empresas e é liderada por Galinha.

Desde agosto que Marco Galinha tinha tornado pública a intenção de vender as participações na Lusa, por entender que tinha deixado de ser uma área estratégica de investimento. Ao que o Expresso sabe, o Governo tomou a iniciativa de avaliar a compra dessa participação para evitar que algum fundo estrangeiro fique com uma parcela tão grande da agência de notícias portuguesa.

A Lusa é detida em 50,15% pelo Estado. O restante capital pertence à NP-Notícias de Portugal, que tem 2,72%, ao jornal Público, que tem 1,38%. A RTP tem uma participação de 0,03% e a Empresa Diário do Minho tem 0,01%. Se comprar as participações das empresas lideradas por Marco Galinha, o Estado fica com mais de 95% da agência.

Para evitar que esta decisão venha a ser usada politicamente, com eventuais acusações ao Governo de querer controlar a comunicação social, a tutela, que pertence ao ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, contactou os partidos com representação parlamentar de forma a explicar a situação e a alcançar um consenso - com o PSD em particular.

Fonte oficial do Ministério da Cultura confirmou à Lusa que foi feito um estudo de avaliação dos capitais próprios da agência, que está dependente de aval do Ministério das Finanças: “Concluído este processo, e caso haja acordo com o grupo Bel e a Global Media quanto ao valor da operação, os restantes acionistas privados serão contactados, com o objetivo de apurar da sua disponibilidade para acompanharem um eventual reforço do peso acionista do Estado.”

A ser concretizada uma alteração da estrutura acionista da Lusa, "esta operação implicará necessariamente uma revisão do modelo de governação da agência, de modo a garantir que não haja nenhum risco de interferência política na sua independência editorial", prosseguiu a mesma fonte. "Esta revisão do modelo de governação obriga a um diálogo com os partidos com assento parlamentar, para o qual o Governo está inteiramente disponível", remata o Ministério da Cultura.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: elourenco@expresso.impresa.pt

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