19 maio 2023 13:51

Eugénia Correia, chefe de gabinete de Galamba, disse no Parlamento que tem instruções para reportar ao SIRP riscos de fuga de informação sensível
Serviços de inteligência não sabiam o que estava no computador, mas decidiu atuar. Gil Vicente foi o diretor-adjunto que falou com a chefe de gabinete
19 maio 2023 13:51
O Serviço de Informações de Segurança (SIS) encarou com alguma perplexidade o contacto feito pela chefe de gabinete de João Galamba, Eugénia Correia Cabaço, até porque era algo inédito. Mas quando Eugénia Correia referiu que o ex-adjunto Frederico Pinheiro detinha informações classificadas no seu portátil decidiu agir com rapidez. Nos últimos dois anos, o SIS tem trabalhado com o Ministério das Infraestruturas em áreas sensíveis como os cabos submarinos que entram em Portugal via Sines. O serviço também cooperou com o ministério quando se deu o ciberataque à TAP — em setembro de 2022, ainda no consulado do anterior ministro —, em que os hackers tornaram públicos dados muitos sensíveis e operacionais da companhia aérea.
“Julgámos inicialmente que as informações classificadas contidas no computador de Frederico Pinheiro pudessem estar ligadas aos cabos de fibra ótica, que são infraestruturas críticas e alvo recorrente de sabotagem e espionagem. E ficámos com receio que mais dados da TAP pudessem ser expostos”, conta ao Expresso uma fonte próxima dos serviços de informações. Mas é o próprio Frederico Pinheiro a dizer ao Expresso que “os únicos documentos classificados que tinha no computador eram nove, todos relacionados com a TAP. Só tratava de aviação”, adianta o ex-adjunto um dia depois da sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Nada de cabos submarinos. E acrescenta que não manteve contactos com o SIS aquando do ciberataque à TAP. Outras fontes do ministério não se recordam de tal ter acontecido.