12 maio 2023 22:16

Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva
nuno botelho
Costa estava de férias e nº 2 só soube do alerta ao SIS a posteriori. Depois da crise, há ordens para acalmar: não afrontar Marcelo e governar
12 maio 2023 22:16
Quando António Costa aterrou em Lisboa depois de umas férias em Itália, na noite de 1 de maio, estava apostado em resolver a embrulhada em que o Governo tinha mergulhado. O assunto não se resolveria por telefone e João Galamba seria chamado a São Bento na manhã seguinte. Com Costa fora do país há seis dias, a chefe de Governo em exercício por aqueles dias era, formalmente, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. Foi ela, de resto, que presidiu ao Conselho de Ministros no dia 27 de abril, que se debruçou sobre a privatização da TAP. Ao Expresso, o gabinete da ministra confirma que não foi “previamente informada” sobre os “procedimentos adotados perante as situações ocorridas no Ministério das Infraestruturas”. “Nem tinha de ser.”
Os procedimentos foram, como se sabe, um alerta dado pela chefe de gabinete de João Galamba para o Serviço de Informações de Segurança (SIS) na noite de 26 de abril a propósito do suposto “furto” de um computador do Estado com informação classificada, uma posterior chamada para a PJ e ainda uma queixa à PSP por agressões por parte do adjunto daquele Ministério que acabava de ser exonerado. Procedimentos e factos de que a ministra da Presidência diz apenas ter tido conhecimento a posteriori. “O gabinete do ministro das Infraestruturas deu o alerta às autoridades, e as autoridades agiram em conformidade. (...) A ministra da Presidência tomou conhecimento dos factos a posteriori, não tendo dado qualquer orientação ao SIS ou a qualquer outra entidade”, responde o gabinete da nº 2 do Governo ao Expresso.