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“Habituem-se”: Ventura viabiliza programa do Governo, mas afasta entendimento alargado

Marcelo Rebelo de Sousa recebe André Ventura, presidente do Chega, em Belém
Marcelo Rebelo de Sousa recebe André Ventura, presidente do Chega, em Belém
ANTONIO PEDRO FERREIRA

Líder do Chega quer liderar a oposição e remete comissão de inquérito ao caso Spinumviva para depois de conclusões do Ministério Público

“Habituem-se”: Ventura viabiliza programa do Governo, mas afasta entendimento alargado

Hélio Carvalho

Jornalista

André Ventura foi ao Palácio de Belém dizer que viabiliza o programa de governo, mas colocar-se de parte de entendimentos alargados com a AD, deixando claro que a sua estratégia é afirmar-se como alternativa. À saída do encontro com o Presidente da República, o presidente do Chega, repetiu várias vezes que o partido “foi eleito para liderar a oposição” e deve preparar uma alternativa - e deixar, por isso, que o PSD se entenda com o PS. 

"O Chega não vai viabilizar a moção de rejeição que será discutida na Assembleia da República em relação ao programa de governo. Não permitiremos que soluções irresponsáveis e irrealistas criem uma nova crise política quando os portugueses querem estabilidade e querem um governo e um Parlamento operacionais e com capacidade de funcionar e de continuar a trabalhar e de apresentar soluções por Portugal", afirmou Ventura referindo-se à moção de rejeição do programa de governo que o PCP já anunciou que vai apresentar. Acrescentou, nessa lógica, que “não inviabilizará a entrada em funções do Governo”, sem esclarecer se votará a favor ou se se vai abster na votação do programa do Governo. “Na mesma expectativa que, no futuro, caso o Chega vença as legislativas, haja por parte dos outros partidos tolerância democrática e que quem vencer, deve governar”, sublinhou.

“Deixamos também claro ao Presidente da República o que já tínhamos garantido ao país: o Chega foi mandatado para ser o líder da oposição e vai exercer as funções com responsabilidade, procurando garantir ao país que há uma maioria pronta e alternativa para governar Portugal, quando e como essa situação se colocar”, disse o líder do Chega, descartando ser um “espelho do PS”, mas mostrando-se disponível para aprovar medidas que considere benéficas. Até recuperou uma frase de António Costa, que se demonstrou precoce, para vincar que não está disposto a colaborar com o PSD: “Habituem-se, porque há mesmo uma nova forma de fazer oposição.”

Sobre uma possível Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso Spinumviva, Ventura prefere, como o socialista José Luís Carneiro, esperar pelas conclusões do Ministério Público, mas “não põe de parte”. E quanto a José Pedro Aguiar Branco e aos cargos na Assembleia da República, esclareceu que “estão a existir conversas entre as bancadas parlamentares” e que “não é impossível chegar a um entendimento alargado em matéria da distribuição representativa” do Parlamento.

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