Quando a troika aterrou em Portugal, em 2011, a construção de casas novas começou a arrefecer fortemente, num ritmo que se manteve nos anos seguintes. Houve anos em que, num país de 10 milhões de cidadãos, eram concluídos menos de 10 mil novos fogos por ano. Ainda assim, desde 2015, a tendência tem sido crescente, e em 2022 já se construíram mais de 20 mil num ano.
O ritmo de construção é ainda insuficiente e incapaz de alcançar o valor atingido no início da década passada. Mas, entre 2020 e 2022, a expansão dos novos fogos foi em torno de 20%.
Novas construções para habitação familiar
Por ano de conclusão
Porém, neste mesmo período de 2020 a 2022, a renda mediana dos novos contratos subiu mais de 25%. E, no caso das rendas, sabe-se já pelos dados do Instituto Nacional de Estatística, continuou a crescer em 2023. O valor mediano das rendas por metro quadrado - indicador que tenta ser uma base comparada - passou de 5,5 euros no início de 2020 para 7,25 euros no terceiro trimestre de 2023.
Claro que há diferenças regionais e estes são apenas os valores médios do país. Olhando para as regiões, a Área Metropolitana de Lisboa apresenta o maior valor (11,40 euros), seguida da Madeira e da Área Metropolitana do Porto.
Os números mostram que a oferta tem vindo a aumentar (mesmo que timidamente), mas incapaz de conter o preço dos novos contratos de arrendamento.
Valor mediano das rendas por m2
Em novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares
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