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Legislativas 2024

Emigrantes que escolhem Ventura: desiludidos com Portugal e atraídos pela “coragem de dizer o que muitos pensam, mas poucos ousavam dizer”

Emigrantes que escolhem Ventura: desiludidos com Portugal e atraídos pela “coragem de dizer o que muitos pensam, mas poucos ousavam dizer”
Rui Duarte Silva

Chega tem mais de 5 mil militantes portugueses a viver no estrangeiro e, como se percebe pelos resultados nos círculos da emigração, está a crescer e a captar abstencionistas. Ainda antes das eleições, Expresso falou com portugueses na Suíça e no Reino Unido para perceber o porquê da aproximação: desilusão com o progresso português, preocupação com o futuro do país, nacionalismo e xenofobia importada da extrema-direita europeia são algumas das razões

Emigrantes que escolhem Ventura: desiludidos com Portugal e atraídos pela “coragem de dizer o que muitos pensam, mas poucos ousavam dizer”

Tiago Soares

Jornalista

Emigrantes que escolhem Ventura: desiludidos com Portugal e atraídos pela “coragem de dizer o que muitos pensam, mas poucos ousavam dizer”

Sofia Miguel Rosa

Jornalista infográfica

Até ao aparecimento do Chega, Sílvia Ramos só tinha votado em duas eleições. “A política estava desacreditada, a mesma retórica das mesmas pessoas… pensava que a abstenção era a melhor solução. Não estava informada o suficiente para votar", explica esta mulher de 51 anos, que aos 34 emigrou com o marido para Genebra, Suíça. A relação com a política nacional só mudou com André Ventura: “Agora sou uma ativista contra a abstenção."

Mesmo estando fora do país, inscreveu-se no Chega com a “esperança de parar o que está a ser feito a Portugal”. “Quero voltar”, confessou Sílvia ao telefone com o Expresso, antes das eleições. O marido e dois dos três filhos também militam no Chega, e a preocupação com o futuro é muita. “É o desespero de querer voltar e ver o nosso país desmoronando, um puzzle a que cada vez faltam mais peças. E que serão difíceis de encontrar no futuro”, resume.

Só nesse consulado em Genebra onde Sílvia passou a votar, mais de 1400 portugueses votaram no Chega nas legislativas de 2022 – 2951 votos em toda a Suíça, 14,16%, só atrás de PS e PSD. Foi o país onde o partido de Ventura alcançou a maior votação no Círculo da Europa. E com exceção da Bélgica, ficou em 3º lugar nos países registados nos dados oficiais – incluindo em França, onde teve quase 2500 votos (5,35%). Agora está à frente na contagem dos votos da emigração no círculo da Europa, com grande probabilidade de eleger dois deputados: um pela Europa, outro por Fora da Europa.

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